AGENDA l Balada depois dos 60+

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         Essa turma ainda quer se divertir.

         E, conversando em uma mesa de bar com amigos, me contavam sobre as festas que acontecem em São Paulo-SP.

         Esta metrópole, todo mundo sabe, é a maior capital da América Latina, com 11,96 milhões de habitantes.

         Por que São Paulo virou a maior cidade do Brasil e da América Latina?

Esta característica de cidade comercial e de composição heterogênea vai acompanhar a cidade em toda a sua história, e atingirá o seu ápice após o espetacular crescimento demográfico e econômico advindo do ciclo do café e da industrialização, que elevariam São Paulo ao posto de maior cidade do país e da América Latina.

Dito isso, voltemos as festas…

Pois bem, elas acontecem cedo na capital paulista, e muitos não vão acreditar, como eu também fiquei surpreso.

Eis como funciona: Feijoada do Candinho (nome fictício, para exemplificar).

Então, lá pelo meio-dia, e, as pessoas chegam um pouco mais cedo para dar tempo daquele tradicional aperitivo, é servida a feijoada do Candinho.

Depois das pessoas se deliciarem com a feijoada, colocarem o papo em dia, então assume o palco a turma do pagode e a festa começa.

Muito samba, muita alegria, muita descontração.

O tempo passa naquele embalo, com muita dança e gingado, que ninguém nota.

Quando a turma começa a cansar e pensa já ser noite lá fora, saem na rua e notam que ainda é dia, e apenas são 17 horas da tarde.

É hora de ir para casa.

Não, isso não é festa para os 60+, acreditem, mas sim para todas as idades.

É costume na maior capital da América Latina.

Por lá as festas, em sua maioria, começam muito cedo e, por minha conta eu imaginei que, principalmente pelas distancias que precisam percorrer até chegar em casa, pela oferta de transporte público, até mesmo pela segurança, tudo é mais cedo.

É o jeito que eles acharam de manter seus bares, restaurantes, danceterias, quando ofertam esses tipos de festas em um horário compatível com o frenesi desta populosa cidade.

Transportando tudo isso cá para nós, me ocorreu a ideia de que para a turma dos 60+, é o que de mais é viável, vai dizer que não?

Tá, tudo bem, que não comece ao meio-dia, mas no “happy hour” …

Então, vai dizer agora que não seria uma boa?

Claro que algumas coisas precisam ser adaptadas, é bem verdade, pois devemos nos lembrar que a turma que vai frequentar é 60+, mas, também não é proibido a turma jovem ir lá confraternizar numa boa.

Na casa que se dispõe a fazer a festa, naturalmente que deverá ter um número suficiente de cadeiras para os frequentadores poderem sentar e não correrem o risco de ficarem em pé.

É aquele preventivo contra as discopatias degenerativas.

Outro item de fundamental importância são os banheiros.

Muitos banheiros, pois a turma já não pode ficar muito tempo na fila, sob pena de ter que ir embora da festa com o casaco atado na cintura, se é que me compreendem.

Ah! Outra coisa assaz importante…luzes…as luzes não podem ser aquelas que piscam loucamente, de um lado para o outro, de cima para baixo e de baixo para cima, que é para não atacar a labirintite dos frequentadores.

A música tem que ser das nossas, por isso o “disc jockey”, hoje chamam de DJ, tem que ser compatível com a turma, para que a festa seja completa…Roberto Carlos, Os Incríveis, Renato e Seus Blue Caps, Tim Maia, Beatles, Bee Gees, Abba, The Carpenters…

O “bartender” tem que ser também dos bons…muita cuba libre, gin fizz, uísque com guaraná, rabo de galo, Campari e a cerveja gelada no ponto (“belorada”, já diria o nosso saudoso Chiquinho) …Tônica, Gasosa, Guaraná Antarctica e Coca-Cola.

…na saída da festa um bom risoto ou um sopão que é para levantar a moral da turma…

A verdadeira e mais completa balada da gurizada dos 60+.

Faltou alguma coisa?