AGENDA l É só mais uma opinião

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Por: Humberto Krretta

Segunda-feira, 09 de janeiro de 2023

Estamos vivendo um dia histórico em Brasília-DF, um dia negativo, mas histórico.

E digo estamos porque neste momento em que estou em frente ao meu notebook escrevendo estas linhas, os noticiários estão em efervescência, com as mais diversas conotações, sendo que é impossível não citar a Rede Globo, por sua saliência chamativa, mais uma vez, onde escancara o seu partidarismo e as suas preferências, mas que em nada muda a opinião de quem procura buscar as verdades emaranhadas em todo este processo.

Os motivos que desembocaram nas manifestações de hoje já vêm de muito mais tempo e todos nós sabemos disso.

Todo o cuidado é pouco quando a determinação é punir culpados, pois que precisa, primeiramente, apurar os culpados, quem são os culpados e em que artigos da Código Penal devem ser enquadrados.

O simples revanchismo, o punir por punir e para dar exemplo, são de outros tempos…é preciso mostrar verdadeiramente as caras da justiça brasileira.

Desde a diplomação do presidente eleito, e mesmo dantes, quando das manifestações pacíficas em frente aos quartéis, já havia alertas de que arruaceiros, marginais, desordeiros, vândalos procuravam se infiltrar nestas fileiras de cidadãos honestos, em sua maioria sexagenários, aposentados e que, ali demonstravam a sua indignação, muito mais em desacordo com a pessoa eleita, por sua vida pregressa, do que qualquer outra coisa.

Jamais e em hipótese alguma, tais manifestantes pacíficos e muitos extremamente conhecedores de estratégias de combate, fariam com suas atitudes, legitimar o discurso maçante da esquerda, de que o novo governo haveria de agora, lidar com fascistas, extremistas, bagunceiros da ordem pública.

É preciso apurar com cuidado os culpados…pois tais manifestantes depredadores e marginais podem muito bem ser os arruaceiros que espreitam tais episódios para descarregarem as suas fúrias e frustrações, clandestinamente, na destruição do patrimônio público.

Seria de uma burrice atroz da direita brasileira, incomensurável, que isso acontecesse, ou seja, causar exatamente no início de um novo governo uma convulsão social.

Com a manifestação pacífica e ordeira, crê-se que a máxima é muito verdadeira, ou seja, mesmo tendo muito e tudo para falar, o silencio é a melhor razão e o maior grito e, era o que vinha sendo feito.

Mas o contexto é muito mais complicado e envolve muito mais coisas, como por exemplo o “perdeu Mané”.

O desdém do STF, através de seus ministros, fazendo questão de esfregar no rosto dos brasileiros de que eles nem estão aí para o que povo pensa ou deixa de pensar, colabora também para acender o estopim da indignação.

“O STF, na vida real, é neste momento o mais raivoso inimigo da democracia no Brasil – porque abandonou sua função essencial de árbitro da Constituição e passou a agir, segundo alega, como intérprete, legislador e executor do que considera serem “os desejos da sociedade”.

Isso se chama ditadura – sem tanque na rua e sem polícia secreta, mas ditadura do mesmo jeito.” J.R.Guzzo – jornalista

E Alexandre de Moraes a capitanear decisões manifestamente inconstitucionais, ilegais e arbitrárias, auto investindo-se como “senhor-absoluto” de inquéritos intermináveis e ações penais nas quais desempenha os papéis de constituinte, autor, vítima, delegado, promotor, juiz e carcereiro, conforme seu livre entendimento, conveniências de momento e jurisdição ampla e universal – continua Guzzo.

Por conveniência, o governo eleito também se omite.

É preciso muito cuidado ao apurar os culpados…

E, todos nós sabemos de cor e salteado que, definitivamente não é assim a melhor maneira de se fazer uma manifestação, pois os protestos para ter efeito devem ser pacíficos e ter uma pauta reivindicatória que convença a opinião popular, caso contrário, torna-se ineficaz qualquer grito de repúdio ao que quer que seja.

A ordem democrática, de qualquer lado, situação ou oposição, deve ser pacífica e respeitando a lei e as instituições, é ponto estabelecido nos países de amadurecimento político, coisa que na verdade o Brasil parece estar engatinhando.

Num segundo momento, buscamos o Congresso Nacional para assumir também as suas responsabilidades, quando já em muitos fatos anteriores ajoelhou-se diante de um STF, justamente porque este tem a última palavra sobre processos que envolvem senadores e deputados, e daí, qualquer neófito consegue perceber a razão da ineficiência daquela Casa, quando verdadeiros absurdos tiveram a conivência destes políticos e, mais presentemente, o tanto de pedidos de impeachment de Alexandre de Moraes, engavetados pelo Presidente do Senado, a quem tem a competência de apreciá-los.

Mesmo porque deputados e senadores não têm mais medo da opinião pública – só dos ministros do STF e das punições que de lá podem vir, justamente por problemas com o Código Penal.

E por fim e por derradeiro, pode-se dizer que na presidência desse país já tivemos de tudo, renúncia de Jânio, suicídio de Vargas, morte antes de assumir de Tancredo, impeachment de Collor e Dilma, mas é a primeira vez que um ex-presidiário condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em 3 instâncias e por nove juízes diferente, assume a presidência do país.

É esta a maior e mais contundente indignação daqueles pacíficos e honestos, em sua maioria sexagenários manifestantes, que estavam à frente dos quartéis, numa atitude de patriotismo, contra a volta do “sistema cleptocrata” e, por consequência, vergonha não do Brasil, mas dos eleitores brasileiros que aplaudiram o fim da Lava-Jato e culminaram com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, um descondenado por manobras judiciais mirabolantes e inconstitucionais.

É preciso muito cuidado em apurar os fatos e os culpados…para não servir como motivação e justificativa de Flávio Dino, Lula e seus asseclas, perseguirem e censurarem qualquer pessoa que eles venham a julgar um perigo para os seus interesses.