O Brasil, como já foi o melhor futebol do mundo, por consequência também teve os melhores goleiros do mundo.
Se eu mencionar o nome de Hailton Corrêa de Arruda, tenho absoluta certeza de que praticamente nenhum de vocês vai saber quem é.
Não pensem que eu também sabia…
Pois estamos falando de um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro, ao menos considerado pela crítica especializada, com recorde em participação na Copa Libertadores e, que, ficou conhecido por jogar sempre sem luvas.
Sim, estamos falando de Manga, O Fenômeno, nascido em Recife, no dia 26/04/1937.
E por ser fenômeno, em sua homenagem foi instituído o dia 26 de abril, o “Dia do Goleiro”.
Se formos aqui citar seus títulos, suas participações em clubes nacionais e latino-americanos e suas façanhas, com toda a certeza não haverá espaço suficiente para tanto.
“Manguita”, como era conhecido, inclusive, jogou no Sport Club Internacional sendo campeão gaúcho em 1974, 1975 e 1976 e, de lambuja, campeão brasileiro em 1975 e 1976.
Lembro em uma dessas finais, não sei qual delas, mas do campeonato brasileiro, em que o Inter já estava praticamente com o título na mão e, o ponteiro-direito do time adversário correu pela ponta e fez um cruzamento primoroso…a torcida apreensiva (e eu também, claro que querendo um golzinho), a área já contando com diversos jogadores e a bola se foi alçada com precisão para o cumprimento de cabeça do centroavante e, gol na certa…
Manguita, com toda a sua classe e categoria apenas levanta o braço direito, intercepta o cruzamento e, a bola adormece em sua mão…apenas com uma mão…sensacional defesa que deve ter ficado nos anais daquele jogo.
Pois estamos falando de goleiros, quando nem todos possuem a felicidade de sempre ter sucesso, pois quem foi goleiro nunca poderá dizer que não tomou gol.
Impossível.
É uma posição ingrata, que quando faz uma defesa extraordinária, a torcida logo diz que ele está lá para isso… e, quando toma um “peru”, é taxado de frangueiro na hora e sem perdão.
Contudo, existem chutes indefensáveis e que, não tem como serem defendidos, tipo aquele míssil da intermediária, com efeito, que vai fugindo da mão do goleiro, vai fugindo e, ele totalmente esticado, braços abertos, mãos que parecem um pilão, os olhos esbugalhados, que estufa as redes no ângulo da goleira.
Uuuhhhh!! Grita a galera. Não tinha como…indefensável…
Vejo no ex-governador Eduardo Leite o goleiro, todo esticado, olhos esbugalhados, braços abertos e as mãos totalmente esticadas querendo agarrar a bola desesperadamente, ou melhor, a pré-candidatura ao Palácio do Planalto, nestas próximas eleições.
Inalcançável.
Nesta segunda-feira ainda, provavelmente vai ser anunciada a sua pré-candidatura não ao Palácio do Planalto, mas ao nosso Piratini.
Então, uma reviravolta nas pré-candidaturas aqui do Rio Grande do Sul, vai acontecer, tenham certeza disso.
Tal qual o juiz Sergio Moro, que largou uma carreira solidificada, coroada de êxitos na Justiça Brasileira, para participar de um processo governamental tênue e incerto, Eduardo Leite abdicou de um governo pródigo e de muitos sucessos, por um sonho que, sabia-se, era indefensável, tamanho o “míssil” desferido contra a sua meta (leia-se pré-convenção, Dória, MDB, Simone Tebet…).
Convicto sou de que ambos “voaram” no vazio, em vão, pois a bola já havia passado e, entrava no ângulo, sem chances para nenhum dos dois.
Assim como o goleiro, que em outros chutes poderá então, demonstrar mais uma vez toda a sua competência, tal qual o “Manguita” sempre comprovou, pode ser que Eduardo Leite se recupere, contudo, ficaram marcas indeléveis na sua ainda infante carreira política.
Já diria minha querida avozinha: “nunca troque o certo pelo duvidoso, por mais atraente que lhe pareça…”
Assim eu penso.