CISMAS l Narciso e os candidatos

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“Narciso foi considerado um herói grego, mas só considerado, pois não se sabe de nenhum feito heroico dele.

Sua história é de um rapaz que se apaixonou pelo próprio reflexo e morreu, contudo, existem outras versões.

Narciso, é filho do deus do rio Cefiso e da ninfa Liríope.

Foi dito em seu nascimento pelo profeta Tirésias, que Narciso teria uma vida longa desde que ele nunca admirasse muito a própria pessoa e a sua beleza. Na história arcaica Narciso era muito orgulhoso e conhece um jovem chamado Amantis, e como Narciso era muito belo o jovem Amantis, apesar de ser homem, se apaixona por ele, mas Narciso o despreza.

 Mesmo assim Amantis continua insistindo, sendo que Narciso para se livrar dele lhe dá uma espada, Amantis aceita e a usa para se matar na porta da casa de Narciso. 

Amantis antes de se matar pediu a deusa Nêmesis que Narciso um dia sofresse a dor do amor não correspondido, sendo que um dia Narciso andava pelo lago e viu a si próprio no reflexo do lago e tenta se seduzir, mas não é correspondido pelo reflexo, e, assim Narciso não aguenta a dor e se mata com sua espada, e, neste lago surgiu uma flor chamada Narciso.

Na história de Ovídio, portanto em outra versão, Narciso também muito orgulhoso conhece a ninfa Eco.

Eco acha sua beleza de um deus, tanto que o comparou com Dionísio e Apolo, mas Narciso a despreza.

Eco fica muito deprimida e começa a definhar, deixando apenas uma voz melancólica, para dar uma lição em Narciso.

A deusa Nêmesis o condena a se apaixonar pelo seu próprio reflexo.”

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         Assim podemos dizer que a política também conta em suas fileiras com heróis, tal qual Narciso, sem nem mesmo terem a insígnia que os determinam como tal.

         Muitos ainda pensam na imortalidade, quando nem mesmo são prescindíveis aos agrados dos votos nas urnas, senão por seus comparsas, mas pela grande maioria.

         Na verdadeira compreensão dos fatos, caminham, eles, contra a história, esta mesma que um dia será contada, pelos filhos, dos filhos, dos filhos de nossos filhos…

         Insistem na disputa deste novo pleito, postulantes a qualquer nível, mesmo que já tenham exercido algum mandato, que por bem da verdade, trazem seus “Narcisos” arraigados na alma, coração e pele, quando, se não, refletem em seus olhares a própria imagem as margens do lago.

         Profissionais da política, viciados no poder, lembrados pela força da imposição dos “fundos”, quando nós já deveríamos ter separado o joio do trigo.

         O tempo urge.

         Mas, por infeliz coincidência ao herói grego, tais postulantes insistem em não compreender que o orgulho e a teimosia levarão a padecerem sob seus reflexos, se não hoje, em algum momento da história, podendo apenas e tão somente ficarem flores condenadas a determinar um passado bem próximo.

         Correm o risco sim de se verem refletidos na vasa que restará quando após a tempestade, o lago se pôr a termo.

         São incorrigíveis.

         Se adoram, se amam, e não são heróis…são novamente candidatos.

Por isso estão negando aos seus próprios olhos avistarem um futuro que logo ali se avizinha, bem mais rápido do tanto que imaginam, enquanto estão a admirar suas falsas e enganosas qualidades tal qual as formas sinuosas nas ondulações lacustres, falsamente enternecidas, em detrimento a uma postura bem mais eficiente e perspicaz.

Em um breve resumo queremos dizer que a depuração da política brasileira, mais uma vez, está na voz do povo, ou melhor, no voto de cada um de nós, mais ainda, na consciência de cada brasileiro dentro dos seus direitos constitucionais.

         Ah, os Narcisos…!!!!!

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