Mas que tatu?

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De antemão, vamos esclarecer: O animal “tatu” é da classe dos Dasipodídeos, popularmente conhecidos como tatu ou armadilho, são uma família de mamíferos da ordem Cingulata.

Caracteriza-se pela armadura que cobre o corpo.

Nativos do continente americano, os tatus habitam as savanas, cerrados, matas ciliares e florestas molhadas.

Precisamos também aqui esclarecer que a lei número 5.197, de 3 de janeiro de 1969, dispõe o seguinte:

“Art. 1º. Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanhamento.”

Feito isso, vamos ao “causo” que lhes conto agora… que me contaram…

Pois bem, de certa feita e em uma “perseguição” aos tatus na região do município de

Encruzilhada do Sul-RS, quando dizem que o melhor horário para tal atividade é a partir da 01h00minh da madrugada até às 05h00minh, houve sucesso na empreitada.

Não é preciso dizer, pois a grande maioria dos “perseguidores” sabem que a lua cheia é a melhor lua para tal evento e, que, esperar pela madrugada para a atividade, requer certo “preparo”, ainda mais que a época da “perseguição” sempre tem uma aragem fria.

E lá estavam “os perseguidores”, sendo que um deles conseguiu capturar uma espécie dos “dasipodídeos” e, por um acaso, resolveu trazê-lo para a cidade, vivo e dentro do porta-malas do seu carro.

Sei lá o porquê de trazer o animal para a cidade e, se ele sabia do tamanho da encrenca que ele estava arranjando…

Naturalmente que ele sabia que estava infringindo a lei, contudo talvez não soubesse que poderia “tirar” um tempo de até 4(quatro) anos vendo o sol nascer quadrado.

Mesmo assim, não observou “as leis” e se mandou para a cidade, carregando junto consigo um exemplar de tatu, vivo e no seu porta-malas.

Não deu outra… azarado, todavia muito inteligente.

Em uma das tantas curvas da estrada que o levava até a cidade, até a sua casa, o seu lar, lá estava à polícia rodoviária, cedo da manhã, e, ordenou que parasse o seu veículo para averiguações.

– Bom dia. Por favor, senhor, a sua documentação, documentação do veículo e abra para nós o porta-malas.

– Meu Senhor Jesus “Cristinho” – pensou ele – tô ferrado!

O policial verificou os documentos e quando se encaminhou para olhar no porta-malas, levou um grande susto.

– Mas senhor, o que é isso? O senhor está carregando uma caça ilegal. Isso dá cadeia e tenho que neste momento lhe dar voz de prisão!

– O senhor vai estar preso… 4 anos de prisão…cadeia…não tem como ser diferente…

– Não, por favor, senhor policial, não é uma caça. Ele é de minha estimação e, por incrível que pareça, ele é ensinado. O Senhor quer ver? Eu largo ele aqui no chão e ele vai até o mato fazer o seu xixi e, depois eu assobio e ele volta. O senhor quer ver?

O policial ainda estarrecido ficou extremamente admirado com o que o “proprietário” do tatu falou, e autorizou que o tatu fosse solto no chão, para ver se era verdade mesmo que o bicho era adestrado.

Conforme o que o seu “proprietário” falou, o tatu foi solto no chão e realmente correu apressado para o mato, logo ali depois do acostamento da estrada.

O policial sabia que, mesmo assim, o “proprietário” estava encrencado (haveria de ser detido e sem custódia), mas quis ver o “milagre” do tatu ser “ensinado”.

Então, após alguns minutos, ordenou que o “proprietário” assobiasse para que o tatu voltasse para junto deles, quando, com toda a certeza, lhe daria a voz de prisão…

– Senhor, chame imediatamente o animal! – ordenou o policial.

– O senhor sabe que esta espécie é silvestre e, como tal, deve habitar livremente a natureza… portanto, por porte e translado de animal silvestre, o senhor está detido!

– Mas senhor policial, preso por quê?

– Já disse, por translado de animal silvestre e, provavelmente abate deste tatu! – falou o policial já com um tom de voz mais alto.

Foi quando o suposto “proprietário e motorista” do tatu, calmamente respondeu:

– Preso por causa de um tatu, senhor policial? Mas de que tatu o senhor está falando?

Naturalmente que o tatu “se mandou a la cria”, mato adentro e nunca mais foi visto…