O cometa

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Sábado passado, o fim do dia estava ótimo para ver o cometa. Conforme diziam os noticiários, seria possível o avistamento logo após o por do sol, no oeste. Fomos, então até onde fica a mangueira, que é um local com pouca luz, e nos preparamos para procurar o objeto.

O sol se pôs atrás do morros que cercam o Camaquã, no sentido de Canguçu. Foi um espetáculo. Desceu amarelo. Praticamente não havia nuvens. Em seguida apareceu um ponto brilhante. Vênus! Reinou sozinho no céu, até que apareceu uma pequena estrela a seu lado, não sei o que era, e mais acima um pontinho avermelhado. Marte!

Deitei na passarela do brete e fiquei olhando reto para cima. Dava para perceber uma divisão no céu, do amarelo para o azul escuro, profundo. E essa divisão foi se encaminhando lentamente no sentido do poente. Aqui e ali, a medida que escurecia, surgiam estrelas.

Que coisa impressionante estávamos assistindo. Agora, o poente passava do amarelo para o vermelho, e cada vez mais escuro. Até que escureceu por completo e o céu ficou repleto de estrelas. Nesses momentos se percebe um pouco da imensidão em que vivemos. Lembramos, então, que a estrela mais próxima da Terra está 4 anos luz longe de nós. Quer dizer, se soubéssemos quem ela é, e olhássemos para ela, veríamos a luz que ela emitiu há 4 anos.

É tudo muito grande, é tudo muito longe. Mas é espetacular!

E o cometa? Não vimos nem sinal. Mas olha, nem foi preciso.