Que semana!

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Que semana! Terminou com a “suba” dos combustíveis. Culpa da guerra, culpa do corona. Também é culpa dos mesmos acontecimentos a “suba” dos preços dos alimentos no mundo inteiro. Eu sei lá, se os especialistas dizem que é, deve ser mesmo. Mas que ficou ruim, ficou.

Mudando de assunto, lembrei uma vez, faz uns quantos anos, em que vi uma rede de pesca amarrada numa árvore, aqui no fundo de nossa propriedade, as margens do Camaquã. Fui ver de perto, e ouvi uns gritos altos, muito raivosos, proferidos por um sujeito que estava num barco.

– Sai daí, tu não manda no que está dentro do rio!

Tinha razão, não mando mesmo, mas aquela rede era provavelmente ilegal, pois é preciso carteira de pescador e autorização especial para colocar rede de pesca. Perigo, porque  pescador ou caçador ilegal geralmente é agressivo. E é fato que a autoridade é omissa. Não se vê policiamento ostensivo contra caça, pesca ou desmatamento ilegal. Agora, imaginem a Amazônia, e aquele fundão lá onde foram assassinados o repórter e o funcionário da FUNAI. Contam que é uma região ocupada por traficantes de drogas, exploradores ilegais de madeira, garimpeiros ilegais e também pescadores ilegais. Se o Estado é omisso aqui, imaginem lá. Com o agravante, por lá, de ser uma região onde ainda sobrevivem índios, que precisam de proteção.

O futuro é negro para os rios daqui e de lá. Para os índios e também para as árvores. E para quem tenta agir sozinho contra isso, como comprovam os fatos da semana.

Também, vamos por outro lado. Quanto custa cuidar disso tudo? Para policiar o nosso Camaquã, por exemplo, de forma ostensiva. Quantos homens, viaturas, logística, e sei lá mais o que seria preciso. Falta dinheiro para educação das crianças, para a saúde, até para cuidar das estradas. Nem para policiar as cidades, cheias de gente e crimes, tem grana suficiente. De onde tirar recursos para cuidar da natureza? Mais impostos? Logo agora que o dinheiro encurtou para as famílias, graças a pandemia e a guerra da Ucrânia, que encareceu combustíveis e comida?

Falando em impostos, tem uma coisa interessante. Os impostos são cobrados percentualmente sobre tudo. Combustível, comida, renda. Então, se as coisas sobem de preço, como está acontecendo, os governos recebem mais dinheiro de impostos. Logo, é de se esperar que os serviços dos governos melhorem.

Pois é, enquanto o cinto aperta para o cidadão, a guaiaca pública engorda. Não podemos esquecer disso.

Que coisa! Que semana!