Um treinador para o Grêmio

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Dá para falar do Grêmio lembrando da seleção do Marrocos, na ultima copa do mundo. Ficaram em quarto lugar, na frente de muito time carimbado. O jogo deles era certinho, um time bem treinado, os jogadores sabiam seu lugar. Tinha um padrão de jogo, como se diz. Perdeu para os bons, França e Croácia.
O sucesso do time do Marrocos demonstra o avanço dos treinadores. Táticos e físicos. Quer dizer, com um time bem treinado, composto de jogadores fortes e com folego, dá para jogar um bom futebol. Para ganhar um título, todavia, é preciso mais que isso. É preciso inevitavelmente de um craque que desequilibre. No mínimo um. É preciso, também, muita vontade de vencer. E experiência. Porque o futebol, além de um esporte, é um jogo, e num jogo se faz de tudo, objetivo, malícia, Inteligência.
Foi a diferença entre Argentina, França, Croácia e Marrocos.
O Grêmio, então. E a discussão sobre a “era Renato”. Lembremos que, na conquista da Copa do Brasil e Libertadores da América, o time havia sido montado pelo Roger Machado.
Que se mostrou um treinador competente, capaz de encontrar jogadores bons, até craques, capaz também de formatar um estilo de jogo. Faltava, no entanto, aquele detalhe vencedor. A fome de vitória. E o Grêmio estava prestes a perder a classificação na Copa do Brasil quando trocou o treinador.
Renato é um resolvedor. Ganhou fama na vitória do tricolor sobre o Hamburgo, na final de 1983. Marcou dois gols e se tornou campeão do mundo. Ganhou inclusive o Toyota ofertado para o melhor jogador da partida. Ofuscou figuras fundamentais do time, e cito apenas dois, Hugo de León e Mário Sérgio. Sabemos que sem eles, não haveria vitória, mas a glória ficou com o resolvedor.
Como resolvedor, e agora treinador, o talento se traduziu em grande motivador. É visível que o time joga por ele. Mas peca no aspecto técnico. Escolhe mal as contratações, não consegue montar um time com padrão de jogo.
Nos últimos tempos, time e técnico do Grêmio viviam de campeonatos gaúchos. Com desempenhos fracos nas competições mais difíceis. Havia motivação, mas faltava base.
Agora, a questão é essa. Encontrar um treinador capaz de prospectar talentos, criar um padrão de jogo, e motivar o time a ter fome de título.