Soja e outros grãos

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As cotações da soja em grão voltaram a apresentar alta nesse mês de julho. Aqui no nosso canto do mundo, o preço partiu de R$ 170 no final do ano passado, caiu até R$ 124 no grosso da safra e, agora, ultrapassou novamente os R$ 140 reais.

Dois pontos que gosto de pensar nessa questão das commodities, são o equilíbrio entre custo e preço e a necessidade mundial de grãos.

O produtor procura remuneração sobre seu trabalho. E avalia a decisão sobre o cultivo do grão fazendo uma conta simples: quantos sacos custará a safra? Quantos sacos tenho possibilidade de colher? Se a possibilidade de colheita é maior que o custo, se motiva a plantar, e tanto mais quanto maior a diferença entre um e outro. Assim, no ano passado, embora os insumos estivessem a um preço muito elevado, a área cultivada foi grande porque a soja estava valorizada. Infelizmente, com a safra veio a queda nos preços. O resultado foi prejuízo ao produtor.

Ao preço que estava até o início desse mês, mesmo com a possibilidade de adquirir insumos a preço baixo, havia desmotivação no cultivo do grão. Então, entra o segundo ponto que gosto de pensar: a necessidade que o mundo tem do grão.

O mundo consome algo em torno de 350 milhões de toneladas de soja, por ano. Os maiores produtores são o Brasil, os EUA e a Argentina. Juntos, produzem mais de 80 % da soja mundial. Precisamos dos 350 milhões de toneladas.

Por isso, o mundo precisa motivar os produtores a plantar. Consigo imaginar várias formas de se fazer isso. Cito como exemplos o preço atraente, o baixo custo dos insumos, o crédito. A valorização do grão no momento da tomada de decisão de plantio tem um efeito motivador muito forte. Mas existem outras formas, também. O marketing das máquinas, que fazem maravilhas e proporcionam conforto, também motiva. E, mesmo que doa compreender isso, as dívidas. O produtor endividado precisa plantar e colher. E o que o mundo precisa é grão.