A importância dos cuidados com a saúde mental

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Inicialmente agradeço ao meu amigo e colega Humberto Carretta e à diretora do Jornal 19 de Julho Juliana Luz, pelo convite para voltar a ser colaborador, agora em uma nova fase, nos meios digitais. Na época do jornal impresso, muitas vezes a jornalista e vereadora Cristina Boni me concedeu generosos espaços para levar aos milhares de leitores algumas abordagens sobre temas que a meu juízo mereciam destaque.

Como primeiro assunto a ser abordado, peço vênia aos profissionais da área da saúde para tratar de uma questão de extrema relevância e do interesse de todos: A importância dos cuidados com a saúde mental.

Com a evolução da medicina e uma tendência a se ter uma visão holística do paciente, que seria a consideração do indivíduo como um todo ( corpo, mente e espírito e suas interações com o mundo ), para investigar as causas das doenças e buscar a sua cura, observa-se que grande parte dos males que afligem as pessoas tem relação profunda com os sofrimentos emocionais. Existem inclusive algumas doenças que são psicossomáticas, isto é, problemas físicos causados por sofrimento emocional.

De acordo com a O. M. S. – Organização Mundial da Saúde, a depressão poderá ser considerada como o mal do século, uma vez que atinge milhões de pessoas ao redor do mundo.

Embora a gravidade das doenças que podem afetar a mente humana e o psiquismo, ainda existe muito preconceito e discriminação. A maioria das pessoas não se sente a vontade para conversar sobre seus sofrimentos emocionais e suas dificuldades nessa área e também para buscar tratamento. Enquanto doenças físicas como diabetes e hipertensão arterial são objetos de conversa com parentes, amigos e colegas de trabalho, quando se trata de depressão, fobias, ansiedade, angústia, alcoolismo ou outras doenças psiquiátricas, o assunto  raramente  é abordado e, no mais das vezes, quando vem a tona,  o doente é visto como uma pessoa fraca ou que não tem ânimo e coragem para enfrentar a vida, quando na verdade são enfermidades que podem ser graves e  que requerem acompanhamento de profissionais da saúde.

O assunto é complexo e exige uma abordagem multidisciplinar. Entretanto, podemos fazer muito para ajudar as pessoas que sofrem. A primeira coisa é ouvir, se interessar, prestar atenção no comportamento de familiares e amigos. Muitas vezes um amigo que a escute pode ser naquele momento tudo que a pessoa precisa. Quantos de nós já não se sentiu aliviado depois de confidenciar a uma pessoa querida um problema ou uma situação que parecia insolúvel ?

Por óbvio, algumas doenças exigem acompanhamento especializado e tratamento inclusive com medicamentos.

É importante que as empresas, autoridades e o Poder Público passem a dar mais atenção às doenças mentais e que o assunto seja debatido e tratado de forma transparente e como uma realidade a ser enfrentada. Sempre houve sofrimento emocional e doenças psiquiátricas. No entanto, com a evolução e os desafios da modernidade, alguns fatores parecem agravar a situação. A internet e as redes sociais, os inúmeros aplicativos e facilidades oferecidas pelo mundo digital estão, paradoxalmente, afastando as pessoas e colocando os indivíduos em um abismo de fantasia e solidão. Nada pode substituir o contato humano e uma boa conversa com os amigos e pessoas amadas.

A vida pode ser bastante desafiadora. São problemas de saúde, financeiros, fim de relacionamentos e perdas de entes queridos, mas ela é uma bênção e um dom de Deus e merece ser desfrutada em plenitude. Nossa existência nos foi dada para aprendizado, crescimento e evolução. Vamos ajudar, ser solidários, e estender a mão a  quem precisa. Nossa atitude pode fazer toda a diferença. E quando a tristeza e o desânimo baterem à nossa porta, busquemos ajuda.  Não esqueçamos:

“ Fica sempre um pouco de perfume, nas mãos que oferecem rosas, nas mãos que sabem ser generosas ” – Irmã Judith Junqueira Vilela

 Jader Rodrigues