A EMBRAPA disponibilizou uma série de pequenos cursos sobre a atividade rural, em seu site. São cursos rápidos, gratuitos, on line, com aulas já gravadas e que por isso não requerem horário específico de aprendizagem.
Resolvi fazer um desses cursos. Sobre compostagem. Sempre tive muita curiosidade sobre o tema, li artigos e experimentei fazer algumas vezes. Numas tive um sucesso parcial, outras foram melhores e outras ainda não deram certo. Mas sempre me faltava uma base de conhecimento para saber o que estava acontecendo, e porque dava certo ou errado.
Bem, pelo menos teoricamente, minhas dúvidas estão resolvidas. O conteúdo do curso é simples, bastante acessível e explicativo. Já montei um sistema de vermicompostagem caseiro, utilizando uns baldes e minhocas. Estou esperando as chuvas diminuírem para montar leiras de materiais que tenho aqui disponíveis para compostarem.
Depois é paciência e esperar os resultados. Tenho feito experiências aqui em casa, produzindo verduras com substrato comercial, fertilizantes solúveis minerais, cama de galinhas e até com esterco das capivaras. Estamos comendo alfaces a base de capivaras, e funcionou bem. Estão muito viçosas as plantas.
Aliás, vale a observação: uma areazinha, uma estufa de plástico, capricho e paciência fazem maravilhas. E posso afirmar com toda a certeza que as verduras produzidas em casa, pela gente, são muito mais saborosas e saudáveis.
Por falar nisso, o instrutor do curso fez um comentário interessante, logo na primeira ou segunda aula. Explicando com minhas palavras, somos muita gente no mundo, e vivendo em cidades, longe de onde os alimentos são produzidos. Com isso, retiramos elementos nutritivos do solo das lavouras e deslocamos para as cidades. O que era fertilidade na lavoura vira poluição na cidade. E cria dois problemas. O sanitário na cidade e a carência de elementos nutritivos onde o alimento é produzido. Por isso, são necessários tantos adubos, que por sua vez são retirados das jazidas minerais, consumidos na produção dos alimentos e depois perdidos nas cidades onde os alimentos são produzidos.
Esse comentário, essa realidade, me faz pensar muito. Só pensar, porque não consigo imaginar uma maneira de mudar isso. Mas penso nisso, e vejo que é um fluxo em uma só direção, do minério para adubo, para comida e para o lixo. Pode ser muita coisa, mas que parece desperdício, parece.