Ametista

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Ametista do Sul é um município do norte do Estado. Famoso por suas minas de ametista, claro, que dão o nome à cidade. Tive a oportunidade de conhecer. Entre outras atrações, existe um parque particular para visitação. Para entrar, se paga 40 reais. Esse valor dá direito a conhecer uma mina e visitar um museu.

Nunca havia estado dentro de uma mina. A visita se dá a bordo de um veículo manejado por um guia. O guia mostra as escavações e alguns geodos incrustrados na rocha basáltica. Em determinado momento, apaga as luzes e então se tem a oportunidade de experimentar uma escuridão completa. Sensação única, também. Não se enxerga absolutamente nada, e se está embaixo, dentro de uma montanha.

Geodos são rochas ocas, meio arredondadas, sedimentares, que estão incrustradas dentro das rochas ígneas, no caso o basalto. Abro parênteses para explicar que ígnea é a rocha original, e sedimentar é uma rocha que se formou a partir da decomposição de alguma rocha ígnea. Nosso Rio Grande tem basicamente duas ígneas. O granito, que é a rocha do fundo do oceano, e que forma o solo de nossa região, e o basalto, originado de derramamentos de vulcões que existiam no norte do Brasil, e que escorreram até a serra geral.

Bem, os basaltos são rochas cujo elemento central é o ferro. Já o granito tem como elemento central o silício. Por alguma razão, pedaços de rocha originados desse silício ficaram presos dentro do derramamento de basalto, e formaram os geodos. Os geodos são ágatas. E dentro deles está a ametista.

Saindo da mina, abre a possibilidade de visitar o museu de pedras. Lá, além das ametistas e ágatas, existem inúmeras outras pedras, de todas as variedades, e de todo o mundo. Magníficas formações cristalinas, coloridas, super interessantes. Um guia também apresenta toda a coleção.

Nesse museu, apresentou-se outra oportunidade para mim. Dois meteoritos. Encontrados no nosso Estado, umas pedras do tamanho de uma melancia, mais ou menos. Vindos sabe-se lá de onde, nesse universo infinito. Chegavam a estar enferrujando, pois eram meteoritos quase que exclusivamente compostos de ferro. Lembrei, então, de uma pesquisa que fiz, e que inclusive relatei aqui. Nossos antepassados, na idade dos metais, aprenderam a manusear o ferro inicialmente utilizando meteoritos que encontraram lá onde viviam. Certamente nem sabiam a origem daquelas pedras, mas eu, agora sabedor da história, senti muita satisfação em ver o que vi. Inclusive tive a oportunidade de tocar esses objetos.

A cidade de Ametista enriqueceu com essas pedras. Aprenderam a transformar em objetos, exportar, e atrair turistas. A mim, no entanto, não emociona muito esses feitos. Me reservo o direito de sentir a maravilha da natureza, cores, formatos, e compreender que tudo isso é fruto da combinação de elementos químicos, fenômenos terrestres, pressão, calor, frio, resultando no espetáculo de cores e formas que tive a oportunidade de ver.