Anos inesquecíveis, DOURADOS…

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         Dia desses deparei-me nas redes sociais por este dizer: “Somos solteiros porque buscamos amor dos anos 90 nesta geração de 2024”.

         Foi no perfil de um grande amigo e colega meu, de Bagé, mas que tenho absoluta certeza, não é de seu cunho.

         Porque se fosse de sua autoria, diria: “somos solteiros porque buscamos amor dos anos 70/80 em outras gerações e que nunca o encontraremos”.

         Nós vivemos nestes anos inesquecíveis.

         Tínhamos por lá o despontar de bandas de rock como Led Zeppelin, Pink Floyd, Black Sabbath; no Brasil Os Novos Baianos, Belchior, Gonzaguinha, Djavan, Ivan Lins entre outros; em tecnologia foi lançado o primeiro microprocessador do mundo, o Intel 4004; foi criado o primeiro avião supersônico comercial, o Concorde; a criação da Apple; discotecas, calças boca de sino, saltos plataforma, roupas coloridas e, para não alongar…o tricampeonato mundial de futebol do Brasil…

         Estão lembrados?

         Para nossa geração, foram os Anos Dourados, os anos inesquecíveis.

         Daí, transformando para os solteiros que buscam seus amores dos anos 90, na geração 2024, diríamos que lá nos saudosos anos 70/80, tudo era diferente.

         Sim, é verdade, cada um com as suas gerações, cada um com os seus tempos, as suas juventudes, as manias, os jeitos, os acontecimentos, as baladas, as músicas, os ídolos, porque cada um viveu ou está vivendo momentos diferentes neste planeta chamado Terra.

         Pois então, se fôssemos nós solteiros e a procurar novos amores, é certo que não buscaríamos amores dos anos 70 em outras gerações…não iria dar certo.

         Lá, naquele tempo, uma menina de cabelos morenos, longos, blusa preta de Ban-Lon justa, uma maxi saia de tweed quadriculada em tons de amarelo queimado, ora forte, ora fraco, umas botas de cano longo, pretas também, em um balanço sensual, numa reunião dançante acontecendo na sala principal da casa de uma amiga ou na festa junina do Colégio Espírito Santo (colégio só de meninas, que admitia os guris somente nesta festa), não preciso dizer que era um espetáculo à parte, ou seja, para os solteiros, a pretendida desta geração.

         Quem sabe o amor platônico que pode ter acontecido…

         Ou, uma menina que entrou na Boate do Clube Encruzilhadense (1978), no mês de maio, de cabelos castanho-claro, longos, trajando uma blusa branca franzida (bata), com desenhos coloridos, calça branca e sandálias de salto alto… de um charme resplandecente, fúlgida, vívida…linda, que aconteceu.

         Sim, para nós, geração 70/80, tudo isso era a nossa vida, os nossos momentos, as nossas paixões…

         Aliás, estas meninas, estes amores, esta geração anos 70/80, podemos dizer e sem nenhuma restrição que sim, que foi na época dos transístores, das televisões valvuladas, da Apollo 15, de Tim Maia, de Roberto Carlos, Erasmo e Wanderléa, de Dancin’ Days, Sônia Braga, Antonio Fagundes e Lauro Corona… e que hoje são miragens, oásis nos desertos de convivências dos tempos modernos, tempos nostálgicos quando nos dias presentes, percorrem-se por entre gigabytes e terabytes…

         Foi um tempo que, se hoje tivéssemos que buscar novos amores, era lá onde iríamos buscar a felicidade… as outras gerações que nos perdoem, mas o tempo tem prioridade…

         Antiguidade é posto…antiguidade confere respeito e admiração, saudades e muitas lembranças, pois que foram ANOS DOURADOS, INESQUECÍVEIS.