– Mas então, Carretta véio, como tu estás?
– Que maravilha, meu amigo Pilhério, pois faz tempo que não nos vemos, aliás, não muito tempo assim, pois que, nas eleições nos encontramos.
– Contudo, Pilhério, é sempre uma satisfação poder te encontrar para uma prosa. Como estás?
– Nem te conto, Carretta véio, tô voltando do meu urologista.
– Tô muito chateado, Carretta véio.
– Mas não com a minha saúde, mas com a muié véia, a Espiridiana.
– Tu imagina que ela me deu um grande susto?
– Tchê, Carretta véio, eu quase tive um ataque fulminante do coração.
– Se eu te disser que eu tô até agora tremendo mais do que vara verde, tu não vai acreditar, mas é verdade.
– Só que eu tive que ir no urologista.
– Sabe, Carretta véio, a gente toma por um amor, por uma amizade das nossas companheiras, que um susto desses que eu levei, quase fui parar num cardiologista, isto sim e, na emergência do hospital.
– Mas, amigo Pilhério, o que houve?
– Tu estás me deixando apreensivo, com tudo, graças a Deus eu estou te vendo aqui e na minha frente, e parece-me que estás muito bem.
– Aliás, e a tua esposa, Dona Espiridiana, está bem de saúde?
– Com a Graça de Deus, Carretta véio, ela está e muito bem, só que me deu este susto.
– Tchê, Pilhério, me conta aí o que houve, pois já estou com muita vontade de saber tudo isso.
– Pois então, Carretta véio, minha mulher foi fazer os seus exames de rotina, aliás, o que todas as mulheres sempre devem fazer, ou seja, aqueles exames de prevenção e, de quebra, avaliar a sua saúde.
– Fez as consultas devidas, como deve ser e, foram prescritos os exames que ela deveria fazer.
– Isto, Carretta véio, é muito importante, tanto para as mulheres quanto para os homens.
– Sim, com toda a certeza, amigo Pilhério.
– Mas, então, Carretta véio, no dia que ela foi pegar os exames e ir ao médico, pediu para eu ir junto e, eu acho isso muito válido, pois devemos sempre estar juntos, ainda mais nestas ocasiões.
– E não é que, ao sair do médico, eu muito curioso, fui logo perguntando como tinha sido a consulta, como tinha sido os exames que ela fez, resultados, indicações, tratamentos…
– Sabe o que que ela me disse, Carretta véio?
– Que tava com a Síndrome da Galinha Cega!
– Putz, Pilhério, o que é isso?
– Eu também perguntei imediatamente para ela, pois tremi nas bases, quase tive uma síncope cardíaca, comecei a suar frio, o coração se acelerou, me senti quase desfalecendo…
– Por favor, muié, o que é isso? É grave? Nunca ouvi essa doença, tô nervoso, desembucha duma vez…
– Achei, Carretta véio, que até poderia ser uma daquelas infecções generalizadas, vindas da gripe aviária ou coisa parecida…afinal de contas, não sou médico.
– Vou enfartar, muié, o que é isso, Síndrome da Galina Cega??
– Já tava achando que a coisa era muito feia, como tantas outras que andam por aí…
– Bueno, Carretta véio, entenda o final da história como tu quiser, porque ficou feio foi prá mim.
– Pilhério, o médico disse que eu estou muito bem de saúde, todavia algo está faltando…e é o que está ocasionando uma lacuna na minha vida e que pode atrapalhar meu lado emocional, muiiitttoooo…
– Tá, muié, mas o que é isso?
– Pilhério, meu amado marido, a Síndrome da Galinha Cega apareceu em mim porque faz muito tempo que eu não vejo “pinto”.
– Entendeu, Pilhério, ou quer que eu desenhe?