“Carinho não pode ser segredo, ajude a cuidar de mim”, é um projeto criado para que as crianças e adolescentes aprendam que seus corpos são seus e devem ser respeitados. Ensina a criança a reconhecer e se proteger de abusos e agressões.
Através de uma forma lúdica apresentada pela professora Nice Passos, as crianças aprendem a contar a um adulto responsável e em quem confiem, se alguém tentar tocar o seu corpo. Orienta que, desde pequenos, todos devem respeitar os corpos dos outros e não recorrer a nenhuma forma de violência.
O projeto que está percorrendo as escolas municipais de Encruzilhada do Sul é uma parceria do Programa Saúde na Escola (PSE)/Secretaria Municipal de Educação, Conselho Tutelar e Defensoria Pública.
Segundo a professora Nice, a violência sexual contra criança e adolescente são percebidas desde o período da idade média, até os dias contemporâneos. “A violência sexual infantil ultrapassa culturas, classes, raças e religiões. Pode ser expresso como agressão ou abuso físico ou sexual, maus tratos psicológicos ou emocionais, privação ou negligência. O risco de violência é agravado muitas vezes pela falta de proteção adequada por parte de seus responsáveis e limitado o acesso a serviços essenciais”, destaca a educadora.
Abuso sexual infantil é qualquer atividade nas quais crianças são usadas por outras pessoas para seu prazer sexual. Inclui não apenas a relação, mas qualquer tipo de contato sexual. Mesmo que não haja contato físico uma forma indireta, por exemplo, através de telefonemas obscenos que é uma modalidade de abuso sexual verbal, assédio sexual que é caracterizada como convites implícitos ou explícitos para manter contato de forma sexual onde o agente ameaça a vítima.
O exibicionismo que é o aliciamento através de redes sociais, internet, e até mesmo pessoalmente, estimular a nudez através de imagem e filmagem oferecendo para criança algum tipo de gratificação ou estímulo pessoal, discussões abertas sobre atos sexuais a fim de despertar interesse e desejo na criança configura também como ato abusivo.
A criança está exposta ao abuso sexual tanto dentro da família como fora do âmbito familiar. Assim, o abuso sexual extrafamiliar é aquele em que o abusador na maioria das vezes conhece a criança do mesmo modo a criança conhece-o e confia. Podem ser vizinhos ou amigos da família, educadores, médicos, líderes religiosos como padres ou pastores da igreja que costumam frequentar, ou seja, sem vínculo afetivo.
Já o abuso sexual intrafamiliar é definido como os casos que acontecem dentro de suas próprias casas ou na vizinhança, são praticados por familiares ou amigos próximos da família. Possuem laços afetivos ou parentescos como pai mãe, tio, e padrasto por exemplo.
Essa violência praticada tem um impacto negativo na saúde física e mental da criança e do adolescente, deixando marcas em seu desenvolvimento com danos que podem persistir por toda a vida.
Segundo Nice Passos, “acredita-se que a conscientização e a prevenção reduzirão o número de ocorrências de abuso sexuais, pois todas as crianças e todos os adolescentes têm o direito de ser protegidos contra qualquer tipo de violência”.