Essa semana iniciou a campanha de vacinação contra a gripe. Casualmente, nessa semana também aumentaram publicações sobre os perigos das vacinas, nas redes sociais. Não sei de onde vem isso, nem sei porque essas publicações se espalham. E sobre a veracidade delas ou não, não sou doutor para comentar.
O que posso comentar, ou declarar, é o que penso e o que vivi. Na minha infância, havia uma lista de doenças a que estávamos expostos, nós, crianças dos anos 1960. Caxumba, catapora, sarampo. Outras, que não lembro, também. Para todas elas foram criadas vacinas que as crianças de hoje tomam, e nem se pensa mais nisso. Nem se teme mais isso.
A pior, e mais marcante de todas: paralisia infantil. Ou poliomielite. Vivi isso, vi colegas da escola contraírem e adquirirem sequelas. No início dos anos 1970 se espalhou a vacina e o Brasil foi considerado livre da doença em 1994. Lá se vão três décadas, ninguém mais se preocupa com ela, e só os velhos lembram como era terrível.
Tomo, todos os anos, a vacina contra a gripe. E também as vacinas contra a covid. Tenho muito medo de ficar doente, de qualquer coisa. Tenho, também, medo de médico, hospital, exame, todas essas coisas. Dentista também. Por isso, procuro me prevenir ao máximo. Bem explicado, faço exames anuais, controlo meus desgastes da idade, e procuro levar uma vida o mais saudável possível.
Mas é justamente pelo medo de ficar doente, que tomo as vacinas. Aprendi, na minha vida, que, quando se pega uma gripe, se adquire anticorpos contra aquele determinado vírus. Assim, da próxima vez que o vírus nos atacar, ou a gripe vai ser mais fraca, ou nem vai se manifestar. A mesma coisa com a covid, ou aquelas doenças da infância.
O problema são os danos colaterais. Das gripes, geralmente não ocorrem muitos, mas há que se preocupar com pneumonia por exemplo. Covid mostrou-se mais perigosa. As outras, então, quem viveu sabe.
O mecanismo de atuação das vacinas é parecido com a doença. Elas estimulam nossos sistemas imunológicos a se prevenir. De forma controlada, sem que as doenças se manifestem. São maravilhas da ciência.
As publicações que vejo nas redes sociais mostram possíveis danos colaterais das vacinas. Centenas deles. Visando causar medo. Dano por dano, os remédios para curar a gripe, a covid e outras doenças também apresentam centenas de milhares de efeitos colaterais nas bulas. Até uma aspirina, se o sujeito for ler a bula, fica com medo.
Por isso, prefiro acreditar na ciência, nas entidades de controle, enfim, na sociedade humana. Afinal, o que é pior, tomar uma vacina ou curar uma gripe braba?