Depois de contar a história dos amigos que foram apagar um incêndio, me ocorreu falar um pouco mais sobre o calor, a seca, e os incêndios.
Estamos cientes da grande quantidade de focos de incêndio no município, nesse começo de ano. Encruzilhada do Sul possui uma extensa área de florestas cultivadas. De diversos formatos. Industriais, comerciais, pinus, acácias, eucaliptos. Grandes, pequenas, médias. Os danos maiores parecem concentrar-se justamente nessas áreas menores, de produtores isolados, que fazem de seus bosques investimentos como se fossem cadernetas de poupança. Claro, não podemos esquecer do Alto do Renner. Local onde diversos focos foram denunciados até que, no domingo atrasado, um enorme incêndio quase saiu do controle. Para ser apagado, precisou do trabalho de bombeiros locais e de outros municípios, além de voluntários entre cidadãos encruzilhadenses.
Tive uma conversa informal com um bombeiro. Fiquei com o sentimento de que é muito raro um incêndio espontâneo. Salvo um eventual raio ou não sei que outro fator, sempre tem que ter a presença humana. Seja proposital ou não.
Não é impossível que um toco de cigarro, jogado descuidadamente num montinho de capim seco, forme um incêndio que possa ser incontrolável. Também não é impossível imaginar que alguém possa ter um espirito destrutivo, ou um transtorno chamado piromania, que consiste na necessidade de fazer fogo.
De resto, o ano iniciou muito seco e quente. Acima do normal.
É importante que se observe isso. Seja porque nunca se viu, mas aconteça, seja causado pela ação humana na Terra, o verão que estamos passando é quente acima da média. O que torna a seca mais perigosa.
Então, o que precisa ser feito é tomar cuidado. Evitar que os incêndios sejam iniciados. Precisamos lembrar que os bombeiros, ainda que sejam habilitados a combater incêndios, correm risco quando estão agindo. E os civis que enfrentam as chamas, correm riscos maiores. As pessoas que vivem próximas ao local do incêndio, correm risco de perder seus bens, ou mesmo suas vidas.
Ao pessoal que presencia focos de incêndio, ou que teve alguma área queimada, sugiro fazer um boletim de ocorrência. A prática do fogo é proibida no Rio Grande do Sul. É um crime ambiental. O registro nos órgãos competentes é uma forma de motivar investigações sobre as origens, e talvez o caminho para que não ocorram com tanta facilidade, no futuro.