Será que…?

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Será que Felipes, Vinis, Anas e Laras, Pedros e Manuelas…será que Rafas, Joãos, Dionatans, Victórias e Vicentes, será que Antonios e Marias Eduardas, será que Anas e Bentos serão herdeiros de um outro país, de um outro mundo?

De um outro tempo?

Será que eles terão a felicidade de viverem sem animosidades e sem rancores?

…um país de paz, de propósitos positivos, um país de personalidade ilibada…

Será que a paz e a sabedoria dos homens estarão de um lado só, trabalhando para o bem comum?

Será que a alma e o coração de todos estarão repletos de amor?

Paciência?

Compreensão?

Haverá mais justiça?

Terão eles a oportunidade de terem a devida serenidade em contratempo com as alegrias?

Quando este país chamado Brasil será a “água”, límpida, clara e inodora, para os seus, os meus, os nossos?

Como seria esplêndido que somente o bem, em cada pessoa, prosperasse, cegando a humanidade para as calúnias e para as maldades…

Como seria maravilhoso que as almas se enchessem somente de bondade, fossem abençoadas pelo espírito de colaboração e caridade…

Só de concórdias, harmonia e entendimentos.

É possível um outro mundo, que não esse de guerras, desumanidades, competições desleais e individualismos?

Será que Vinis, Anas e Laras, será que Felipes…Pedros e Manuelas…será que Rafas e Joãos, Dionatans, Victórias e Vicentes…Antonios e Marias Eduardas…será que Bentos e Anas terão deste mundo, a conciliação necessária para não serem os mesmos e não viverem com os seus pais?

Eu sei que nada é divino, nada é maravilhoso, pois tem muito mais de secreto e misterioso, este carente país, no contexto de um mundo beligerante.

Mas também sei que o inédito é viável…” é preciso se ter esperanças, não de esperar, mas esperanças de esperançar”- Paulo Freire.

Como diz Mário Sergio Cortella: “esperançar de ir atrás, de não desistir…esperançar de não se conformar…

Poderão eles cantarem aos quatro cantos que viver é melhor que sonhar e, dizerem que o amor é uma coisa boa…?

Existem perigos na esquina…

Conseguiremos nós, consertar e dar-lhes, com o vento, o cheiro de uma nova estação?

Sem políticas e políticos desonestos, sem falcatruas, sem corrupção, um país sério e que somente ofereça a tranquilidade necessária para que Vinis e Anas, Felipes…e toda a turma, possam viver as suas vidas, sem que as aparências enganem…?

Será que vai ser possível se viver sem a cultura da embalagem, que despreza o conteúdo?

A verdade é que estamos neste trem da vida já algum tempo…e, em nosso desembarque, será doloroso ver seguirem a viagem sozinhos, sem perspectivas e sem um novo mundo, desprovido de bons e verdadeiros sonhos.

Ao desembarcarmos, ao invés de preocupações e lamentos, queremos deixar somente boas saudades, exemplo de boas lutas, somente boas recordações.

Será que é impossível que tudo isso venha a acontecer?

Mais amor, mais fraternidade, mais compreensão, menos corrupção, menos falcatruas, menos interesses próprios e mais, muito mais empatia…

Sem maldades, sem pobreza, sem discriminações, sem fome, sem guerras…

Será que é possível este mundo?

O que aconteceu não pode ser desfeito, mas podemos impedir que volte a acontecer.

Anne Franck