Pandemia, endemia. Segue a vida

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O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, decretou o fim do ESPIN, Emergência em Saúde Publica de Importância Nacional, devido a Covid-19. Com isso, uma série de medidas que foram adotadas para combater o vírus deixam de ser prioridade. Serão necessários noventa dias para adaptação dos sistemas ao novo status de funcionalidade.

Na prática, a covid-19 deixa de ser pandemia e torna-se uma endemia. Não sei muito bem qual a definição certa disso. O que entendi é que pandemia está ligada a uma enfermidade nova cujos efeitos não podem ainda ser medidos. Não se sabe como funciona, nem quantas pessoas podem se contaminar ou morrer por causa disso. Quando a doença passa a ser considerada endemia, já se tem um mecanismo de defesa, e se sabe com uma boa margem de segurança qual a taxa de mortalidade. Como a gripe, que tem vacina, alguns remédios e se espera, todo ano, algumas mortes.

Quer dizer, a partir de agora vamos conviver com o coronavirus. Provavelmente para sempre. Acho que as medidas mais marcantes desse período foram os isolamentos e o uso das máscaras. Aqui entre nós, gaúchos, o chimarrão marcou também. Passamos a não dividir mais cuias e bombas. Agora, de maneira lenta e constante, passamos a abandonar esses hábitos.

Fico pensando na tal gripe espanhola, há coisa de cem anos atrás. Foi a última pandemia, antes dessa. Matou quase sete porcento da população do mundo. Quando entrava numa casa, fazia “uma limpa”. Foi muito pior, não tem dúvida. Mas o mundo superou e as medidas de combate acabaram esquecidas. Até que chegamos nessa de agora. Observei que, devido aos cuidados de distanciamento, máscara, higiene, as gripes se espalharam muito menos nesses dois anos.

E aqui está o ponto principal da história toda. Foi dada uma lição. Higiene, cuidados. Para não pegar e nem transmitir doenças. Como toda a lição, aprender com ela faz parte do livre arbítrio. Vivendo e aprendendo.