Quando éramos jovens, pensávamos que a vida estava invertida, ou seja, os jovens deveriam ter o que os mais velhos tinham e, os mais velhos, o que os jovens tinham.
Explico.
Naquela fase da vida, olhávamos para os adultos e notávamos que eles tinham a vida já feita, invariavelmente com salário, uma casa e um carro, faziam viagens e já não precisavam mais trabalhar, como também estudar, pois estavam aposentados.
Sendo assim, achávamos que os jovens deviam nascer já aposentados, pois só assim poderiam aproveitar bem mais as coisas boas da vida: casa, carro, viagens, grana…e não trabalhar ou estudar.
Corta!
Cada vez mais assistimos nos noticiários os mais diversos dilemas que as pessoas já aposentadas vêm passando no que tange a saúde.
Sou cismado com estes problemas.
Sem entrar em pormenores, SUS, planos de saúde, etc., o que vemos por aí é a total desassistência na questão de cirurgias, remédios, internações e consultas.
São pessoas, geralmente já idosas, esperando por meses para fazer uma cirurgia, outras tantas sem dinheiro para comprar a medicação indicada por causa do absurdo dos preços dos remédios, pessoas deitadas sabe-se lá como nos corredores dos hospitais e, aguardando uma mísera consulta de um ano para o outro.
Devemos admitir que a saúde no nosso Brasil não está nada boa.
Como também entendo que ninguém deveria passar por estas necessidades, por estas intensas dificuldades nas emergências, hospitais e consultórios médicos.
Principalmente nossos idosos, pois já trilharam uma vida inteira de trabalho e contribuição para a saúde, seja ela pública ou privada, e, quando mais precisam dela, se veem em dificuldades.
Não, as coisas não deveriam funcionar assim.
Se contribuíram para terem assistência médico-hospitalar durante toda uma vida profissional, não seria agora que as coisas deveriam falhar.
É triste, muito triste estarmos presenciando tudo isso.
As novas eleições acontecem ainda este ano e, não vai faltar candidatos prometendo mundos e fundos para melhorar a saúde neste país, contudo e, como sempre acontece, depois de eleitos, nada muda.
Então a pergunta: que melhor idade é essa?
Pois quando o corpo físico reclama dos tempos que já passaram, muitas vezes usado no desempenho de um ofício e precisa de assistência, ela foge do alcance destas pessoas necessitadas…
Daí que até tínhamos razão quando dizíamos que a vida estava invertida.
Sim, quando jovens já deveríamos ter nosso salário, a casa e um carro para desfrutar da vida, sem pensar no futuro e, agora, na velhice, deveríamos ter a saúde e o vigor dos jovens para não adoecer e não ter que depender da rede de assistência médico-hospitalar e farmácias.
Melhor idade?