CISMAS l A mãe do Badanha

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        Tem certas expressões que existem por aí que a gente nem imagina de onde surgiram e, como tenho certa cisma em saber dessas coisas, fui procurar de onde veio esta expressão: “A Mãe do Badanha”.

        Cata daqui, cata dali, a expressão é genuinamente gaúcha e, fui encontra-la vocês nem imaginam aonde…no site do Esporte Clube São José… sim a agremiação ali do Passo d’Areia, na nossa Capital do Estado.

– …é a mãe do Badanha!!

        Quem nunca ouviu esta frase por aí pelos rincões deste nosso Rio Grande do Sul?

– Vai reclamar com a mãe do Badanha!!

        Pois a história do Badanha, e naturalmente, da mãe dele, que deu origem à expressão popular, está intimamente ligada às primeiras formações do São José no Passo d’Areia.

Sílvio Gomes Luz, ou só Badanha mesmo, era o center half da equipe entre 1941 e 1942.

Os levantamentos históricos são contraditórios quanto à data de nascimento do Badanha: 1918 ou 1924, em Porto Alegre.

Mas, e a mãe do Badanha?

Era um período em que o profissionalismo no Rio Grande do Sul ainda dava seus primeiros passos, e o Zequinha era um dos pioneiros nesta relação com os atletas.

E daí começou a fama da mãe do Badanha, que não teve o seu nome preservado pela história. 

        Era ela quem negociava os contratos do filho e, dizem, peitava os cartolas em nome do rebento.

        Com ela era: “ou dá ou desce” …

        E não parava por aí as “investidas” da mãe do Badanha, pois quando a imprensa não o favorecia nos comentários, ela invadia as redações das rádios e jornais, exigindo reparações ao seu menino.

        Diríamos na boa gíria que a mãe do Badanha era “faca na bota”.

        O Badanha era diferenciado no futebol gaúcho e isto chamou a atenção dos cariocas, principalmente do América do Rio de Janeiro, um dos grandes daquela época, mas o negócio não foi levado a efeito.

        O que deve ter frustrado muita gente, pois deviam estar torcendo para ver a mãe do Badanha, por exemplo, invadindo alguma redação da grande imprensa do Rio de Janeiro e discutindo, quem sabe, com o grande Mário Filho.

        Seria o máximo dos acontecimentos para aquela época.

        Isso não aconteceu.

        Mas, continuou fazendo muito barulho por Porto Alegre e, quando ela surgia nos gabinetes dos dirigentes e nas redações, cartolas e jornalistas tratavam de dar o “pinote” e vazar: “lá vem a mãe do Badanha”.

        Pelo visto a mãe do Badanha não levava ninguém “prá compadre”.

        Pois tem muito momentos em que a gente sai do sério e dá vontade de gritar:

– Vai te catar, te entende com a Mãe do Badanha!!!

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Fonte: Site Esporte Clube São José