AGENDA l Números que precisam ser ditos

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  • No Rio Grande do Sul, de janeiro deste ano até a data de 10/05/2022, foram registrados 36 feminicídios – o equivalente a uma mulher assassinada a cada 3 ou 4 dias.

Nos últimos dez anos (até abril de 2022) o estado contabilizou 961 mortes, ou seja, uma média anual de 93,4 assassinatos.

(Dados extraídos da página Brasil de Fato- Direitos Humanos -Vida das Mulheres)

  • No Brasil, em 2022, o país registrou 8 mil denúncias de estupro, sendo que a maioria das vítimas sofre violações diariamente e há mais de um ano.

A maior parte das vítimas de estupro no Brasil são menores de idade.

Das denúncias registradas na Ouvidoria Nacional neste ano, 77% das vítimas tinham menos de 18 anos – são 6.067 casos de um total de 7.832 registradas até o dia 21 de junho de 2022.

Quando o recorte cai para crianças com até 11 anos de idade, elas ainda representam 36% das vítimas deste crime no Brasil.

Este é o caso da menina de 11 anos de Santa Catarina, que havia sido impedida de realizar o aborto, mas teve nesta semana passada, autorização para realizar o procedimento.

(Fonte: globo.com/g1)

Tem certas coisas que muito me incomodam se, quando tenho este espaço, delas não falo.

O assunto de hoje é um deles e, extremamente sério.

Requer números, que já foram citados acima e, que, precisam ser por demais debatidos por toda a nossa sociedade e exaustivamente, até que haja a devida compreensão das suas causas e efeitos, bem como do reajuste das leis, que precisam ser mais eficientes.

Há dias venho amadurecendo a ideia para abordá-lo e, o caso da menininha de Santa Catarina, bem como a violência acontecida com a filha de um amigo, que foi brutalmente assassinada por interceder quando uma outra mulher era agredida, levou-me a não mais adiá-lo.

Temo muito por tudo o que vejo e que ouço, temo até pelo ser humano, pois em filtrar estes últimos acontecimentos, não há outra coisa a dizer, senão que a nossa espécie, homo sapiens, mas que de sapiens não tem nada, retorna abruptamente aos neandertais e, que viveram no mínimo 30 mil anos atrás.

Sem dá cá aquela palha, estamos retornando aos tempos das cavernas.

É muito triste constatar tal fato, visto que hoje, as mulheres estão cada vez mais sendo agredidas, estupradas, mortas, por conta de uma violência sem igual e totalmente descabida.

E, se não falarmos sobre o assunto, se não houver um debate contínuo, punições rigorosas e empurrarmos para debaixo do tapete tais problemas, seremos uma sociedade que está autorizando o feminicídio, a violência sexual contra mulheres e crianças, pois estaremos nos calando à toda essa violência.

Não é só o grito das mulheres que está valendo…nós homens precisamos urgentemente tomarmos posição e também gritarmos não a tudo isso que estamos vivendo em nossa sociedade.

E eu ainda acrescentaria mais um grave problema: os maus tratos na vida pueril, quando senão, estão aí os fatos de bebês dando entrada em emergências com múltiplas fraturas, lesões graves por todo o corpo, e levando até ao óbito.

Valho-me de números do ano passado: no Brasil, até outubro de 2021, houveram 119,8 mil denúncias de violência contra crianças e adolescentes.

Agora, imaginem vocês quantas denúncias ficaram sem ser registradas, tanto de violência contra as mulheres, bem como contra crianças e adolescentes?

Para iniciar uma semana, reconheço que o tema não é dos mais alegres, muito pelo contrário, mas trago-o para que também nós como sociedade, passemos a refletir bem mais sobre o assunto, principalmente por todos aqueles que entendem que sim, LUGAR DE MULHER É AONDE ELA QUISER.

Pensem nisso…