AGENDA l Nossas regras, nossas leis

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         Eis aí uma questão a ser discutida, ou no mínimo repensada.

         Será que tudo aquilo que impomos a nós mesmos, são as nossas leis?

         Será que o que criamos como nossa rotina, nosso jeito de fazer as coisas, de falar, de expressar, são mesmo tudo aquilo que estipulamos como “jeito de viver?

         Mas, enfim, o que é que criamos, o que é que inventamos como nosso jeito de vida?

         E, se assim o fizemos, ainda há tempo hábil para recompor essas atitudes?

         Vou fazer uma pergunta muito banal, que você vai dizer que eu estou até brincando com a inteligência de vocês: para que lado você mexe a colher do seu café ou chá, sentido horário ou anti-horário?

         Se eu lhes disser que está comprovado pela ciência da motricidade que o melhor jeito, o mais eficiente, o mais cômodo de mexer o seu café ou chá é no sentido horário e, você faz exatamente o contrário, você a partir de hoje mesmo mudaria a sua regra ou a sua lei de mexer o seu café ou chá?

         Sou até capaz de apostar que não.

         Quando você come o nosso trivial e bom arroz com feijão, você coloca o feijão em cima do arroz, do lado ou o arroz embaixo do feijão?

         Cada um vai me dizer que faz assim, o outro que faz assado, pois cada um criou as suas regras, a sua lei de como é melhor para si colocar o feijão no prato, vai dizer que não?

         Se vier aqui nesta coluna o Chef da Escola de Culinária Le Cordon Bleu, de Paris e, provar por A mais B, que o feijão deve ser colocado ao lado do arroz, por esta e mais esta razão, você mudaria o seu jeito de comer feijão com arroz?

         Ou diria simplesmente que você come do jeito que você acha que deve comer, pois quem é o tal de Chef esse que nem conhece feijão com arroz…

         Por enquanto só falamos de culinária, então, vamos mudar um pouco: qual você acha que é o melhor lado para se dormir, esquerdo ou direito?

         Direito?

         E se eu lhes disser que o melhor lado para se dormir é o esquerdo?

         Porque dormir sobre o lado esquerdo beneficia a drenagem linfática do sistema nervoso central, e é o que garante um estudo realizado na Universidade de Stony Brook e na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica The Journal of Neuroscience.

         Mas, afinal de contas o que eu quero dizer com tudo isso?

         Talvez estejamos falando de regras pétreas que impomos a nós mesmos.

         Quando criamos nossas normas, conceitos, regras,  jeitos, muitas das vezes podemos estar enganados e, até mesmo quando nos deparamos com alertas de que existem outras maneiras de viver a vida, e bem melhor, nosso ego inflado não admite.

         É disso que eu estou falando.

         Radicalismo?

         Talvez até possa ser, pois com os anos vividos, vamos adquirindo a nossa maneira toda especial de ser e de viver, contudo, quando nos mostram que existe um outro lado, creio que é preciso dar à mão a palmatória e, admitir que é bem mais confortável mudar ou adaptar nossas leis, as nossas regras.

         Nem sempre estamos cem por cento certo.

         E isso é na nossa família, nos nossos lares, na sociedade, na política, no trabalho.

         Na verdade cada um sabe de si e, não estou aqui para mudar o seu jeito de mexer o seu café ou chá, de ditar regras de como você deve se servir de feijão ou deitar do lado esquerdo ou direito, mas apenas para alertar de que existem outras alternativas em sua vida e, que poderão lhes dar muito mais conforto no seu jeito de ser e de viver.

         Simples assim.

         Pensem nisso enquanto eu lhes digo que sejam bem vindos ao mês de agôsto e lhes desejo uma ótima e profícua semana.