Por: Josiani Cristina de Souza – Clínica Geral e Pediatra
Estamos no Agosto Dourado, um mês inteiro dedicado à promoção do aleitamento materno, considerado o alimento de ouro pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O aleitamento materno, embora seja um ato natural, precisa de uma rede de apoio, pois muitas vezes o desmame precoce pode ter causas como: rotina de trabalho atribulada e falta de conhecimento sobre a pega correta e sobre seus benefícios. É justamente este importante ato que a campanha Agosto Dourado busca retomar, reforçando a importância do leite humano para a alimentação do bebê.
É um mês de representatividade para a bandeira da amamentação como fator fundamental para a saúde do bebê. Uma criança mais saudável é, consequentemente, um adulto com menos problemas de saúde, o que representa um ganho para a sociedade em diversas frentes: econômica, psicológica e socialmente.
A cor dourada faz referência ao padrão “ouro” de qualidade do leite materno. Isso porque esse alimento é completo para o bebê até seis meses de idade, oferecendo todos os nutrientes necessários. Por meio do aleitamento materno, incentivado pelo Agosto Dourado, o bebê fica protegido de doenças, pois recebe um alimento com valor nutricional excelente, e também adquire anticorpos da mãe.
A campanha Agosto Dourado teve início em um encontro entre a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em 1990, em Nova Iorque. O objetivo desse encontro foi criar a Declaração de Innocenti, voltada para a amamentação, com o intuito de debater ações mundiais de conscientização.
Com o intuito de cumprir as diretrizes abraçadas pelos países depois da assinatura do documento, em 1991 foi criada a Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (Waba, sigla em inglês). No ano seguinte, a Aliança instaurou a Semana Mundial de Aleitamento Materno (Smam) e, todos os anos, define um tema para trabalhar com cerca de 120 países.
A Smam ocorre de 1 a 7 de agosto de 2022 e tem como tema “Fortalecer a Amamentação: educando e apoiando”.
As atividades buscam defender e promover o aleitamento exclusivo até o sexto mês de vida, podendo se estender até os dois anos ou mais de idade. A Semana Mundial da Amamentação abre o Agosto Dourado, voltando-se para a sobrevivência, proteção e desenvolvimento da criança.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 38% das crianças são amamentadas de maneira exclusiva com o leite materno e em demanda livre até o sexto mês de vida. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, apenas 9% das crianças se beneficiam do aleitamento materno exclusivo ao longo desses seis meses iniciais de vida.
Melhorar os índices de aleitamento materno, além de ajudar na qualidade de vida das crianças, reduz a desnutrição e a mortalidade infantil no Brasil. Por isso, há a necessidade de atuar em prol do desenvolvimento dessa prática.