O período torna-se propício para que falemos do assunto.
O brasileiro ou a brasileira devem ficar atentos ao que está sendo proposto, em termo de candidatos, independente da esfera, se federal ou estadual, quando uma análise mais profunda e rígida deve ser feita.
Nosso assunto refere-se à corrupção generalizada.
Trago à baila o historiador, geógrafo e político da Grécia Antiga, Políbio (203. a.C./120 a.C.), que já naquela época afirmava que esse mal da política exerce um papel semelhante ao da ferrugem em relação ao ferro, ou a dos cupins em relação à madeira, caracterizando-se por ser um agente de decomposição das instituições públicas.
Em sua dissertação, afirmava ainda que este grande mal tem um efeito devastador quando se instala no poder, funcionando como um redutor da confiança na classe política, nas instituições e nos partidos.
Nada diferente e também nada mudou desde aqueles tempos.
Pior ainda, pois o nefasto exemplo se proliferou nas bases da pirâmide social, quando na verdade deveriam (os políticos) obedecer aos princípios básicos constitucionais para o bom exercício da administração pública, para que fossem seguidos.
Invocamos aqui a Constituição Federal:
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.”
Se esses princípios fossem acatados, certamente teríamos um país mais pródigo, mais íntegro e uma sociedade bem mais saudável do ponto de vista moral.
Mas ao contrário, sei lá da onde e quando, apareceu na vida do nosso Brasil, o tal do “jeitinho brasileiro”, o que contaminou a classe política, donde auferir vantagens pessoais para garantir privilégios e polpudas reservas econômicas, passaram a ser encaradas como o “carro-chefe” da política nacional.
Sem falar no clientelismo, nos apadrinhamentos, no favorecimento a familiares e amigos…
Então, o princípio da moralidade, da legalidade, da impessoalidade no trato das coisas públicas, tornaram-se totalmente desrespeitadas desde os mais altos escalões da administração pública.
E o que fica da relação governantes e governados?
Na verdade os governantes contaminaram os governados, mas não os honestos.
Por isso é bom relembrarmos que a sensação de que tudo isso encerra, está que o cidadão brasileiro deixou de ser cidadão e, passou (ainda mais agora, neste período) a ser nada mais e nada a menos do que apenas um reles eleitor.
Como se esse sim tivesse a serventia para a classe política, e depois do período eleitoral, jogado miserávelmente as traças.
É de muito bom alvitre que todos nós fizéssemos uma profunda reflexão do que o assunto encerra, pois se quisermos combater o cupim da corrupção, temos que saber votar, principalmente pelo respeito à Constituição.
Lembrem-se que o exemplo de cidadania e honestidade deve vir de quem tem a responsabilidade de gerenciar as verbas públicas.
Tenho cismas com isso, pois fico a imaginar como seria o Brasil sem o desvio de nenhum centavo sequer…
Pensem nisso, enquanto eu lhes desejo um ótimo final de semana.