Marsupiais, outra experiência da natureza

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Observar a evolução das espécies é uma forma emocionante de conhecer a história do planeta. Ainda se discute se o homem descende do macaco ou não. Na verdade, o homem não descende do macaco, mas os macacos e os homens têm avós comuns, que viveram há milhões de anos.

Somos da Ordem dos primatas. Acima, na classificação das espécies, está a Classe. Mamíferos (dos que mamam). Essa classe se divide em duas subclasses, placentários e marsupiais. Os primatas são mamíferos placentários. Os gambás, por sua vez, são mamíferos marsupiais. A diferença está na gestação. Os placentários são gestados no útero. Os marsupiais ficam pouco tempo no útero, no máximo o equivalente a um ciclo estral, depois migram para o marsúpio, ou bolsa, que é uma dobra na pele da barriga da mãe, dentro da qual estão as glândulas mamárias. O feto, então, se alimenta mamando até que fique completo seu desenvolvimento.

Os mamíferos surgiram onde hoje é o norte da América. Quando isso aconteceu, existia um só continente, chamado Pangea. A ciência mostra que desceram pela América para o sul e aí para o leste, de onde subiram para o norte em direção ao que hoje se entende pelos outros continentes.

A história conta que havia, aqui no nosso continente, uma espécie chamada de “tigre de dente de sabre”, um felino enorme que era placentário. Mas havia outra espécie, muito parecida, que era marsupial. Acho isso incrível, pois são experiências da natureza. O placentário viveu mais tempo porque era mais eficiente. Como se nota hoje em dia, poucas espécies de marsupiais ainda existem. Como eles mamam numa fase mais primitiva da vida, a cabeça é diferente dos placentários. Então os dentes são menos funcionais e a caixa craniana menor, porque precisam muito espaço da cabeça para mamar. Consequentemente, os marsupiais possuem menor capacidade de pensar que os placentários, porque o cérebro é menor.

Apenas no continente da Oceania os marsupiais são mais numerosos. Cangurus são marsupiais. Coalas também, o diabo da tasmânia e muitos outros. Um fato interessante tenta explicar o porquê disso. É um continente onde os extremos climáticos são mais intensos. Secas violentas, com a consequente restrição alimentar. A forma como os marsupiais são gestados permite que o desenvolvimento do feto seja interrompido em situações extremas, o que é muito mais difícil para os placentários. Dessa forma, a fêmea consegue sobreviver e novamente gestar, em melhores condições de alimentação.

Todas essas coisas são forças da vida. Não apenas a vida do individuo, nem da espécie. A vida no planeta. Acho fantástica essa história. Como isso tudo é interessante!