Promessa é dívida.
Como falei aqui dias atrás de que iria em busca da expressão “voltar à vaca fria”, não consegui mais ficar sem pesquisar desde então.
Não tem nada de difícil a pesquisa, pois seria como diziam os hábeis vendedores da Rua da Praia, na Capital do Estado: “qualquer criança brinca e se diverte”.
Basta pesquisar com aquele senhor que sabe tudo e pronto, mistério desfeito.
O senhor? Ah, sim o senhor Google.
Todavia, como pode ser que eu tenha bem mais tempo que vocês, pela condição de ser jubilado, nada me custou trazer a informação, poupando-os desta, talvez, perda de tempo.
Mas, verdadeiramente eu gosto de saber das coisas.
Ainda mais expressões populares, pois sempre elas possuem uma história interessante de como surgiu.
Geralmente originam-se daquele velho ditado de quem conta um conto aumenta um ponto, ou, daquela brincadeira de criança, o telefone sem fio, donde se diz uma frase ao primeiro e, sempre quando chega ao último ela está totalmente modificada.
Um exemplo clássico do que estou dizendo vem logo aí abaixo, vejamos:
Qual origem da expressão ‘voltar à vaca fria’?
“Voltar à vaca fria” é uma expressão usada para retornar ao assunto principal em uma conversa, discurso ou discussão, que foi interrompida por divagações em temas periféricos. Como a vaca entrou nessa, é outra história.
A expressão voltar à vaca fria, originalmente, não tinha nada a ver com vacas.
De acordo com o professor Ari Riboldi, no seu livro ‘O Bode Expiatório’, essa expressão é a tradução da muito usada na França “revenouns à nous moutons”, ou seja, voltemos aos nossos carneiros. Essa frase fazia parte da peça teatral ‘A farsa do Advogado Pathelin’, sobre um roubo de carneiros.
Esta peça, considerada a primeira comédia da literatura francesa, data do fim da Idade Média, precisamente do ano de 1460. Infelizmente, não se tem conhecimento do seu autor.
Mas, voltemos à vaca fria. Em determinada cena da peça, o advogado do ladrão faz longas divagações fora da questão principal e o juiz chama a sua atenção com a frase ‘voltemos aos nossos carneiros’, fazendo-o retomar o assunto.
Porém, a tradução para o português da expressão acabou transformando os carneiros em uma vaca. Essa distorção, segundo Riboldi, possivelmente se deva ao fato de que era costume, em Portugal, servir um prato frio feito com carne de gado antes das refeições ao qual muitos comensais recusavam. Estava dispensada, assim, a “vaca fria”.
A fonte consultada foi o Site Terra.
Vejam que a coisa começa de um jeito e termina modificada, mesmo que somente a substituição de carneiro por vaca.
Cultura inútil?
Até poder ser, pois em nada vai alterar a vida de ninguém saber de onde surgiu a expressão “voltar à vaca fria”, entretanto como curiosidade, ao menos serve para acrescentar em nossos “saberes e conheceres”.
E, de imediato, mesmo que desde sexta-feira “trecentos” comentaristas, colunistas, articulistas tenham falado da derrota da nossa seleção brasileira de futebol e, vocês já tenham feito todas as ponderações possíveis, quando o nosso país vive momentos tensos e de transição, vou aplicar a “nossa cultura inútil” citada acima:
VOLTEMOS À VACA FRIA!