Tenho vaga lembrança de que um dia eu li um texto parecido com este que vou narrar para vocês.
Trata-se de uma narrativa que, nestes momentos de intensa emoção que é o fim do ano, faz-nos lembrar de nossos pais que hoje estão ausentes, pois que a grande verdade está na afirmação de que eles são para sempre.
Não garanto fidelidade extrema com a narração, mas acredito que a mensagem está fácil de entender.
Vamos a ela:
“Era uma família de posses composta por três pessoas, o pai, a mãe e o filho.
Por ser filho único, José era tratado com maior zelo, educação e era sempre provido de todos os seus desejos.
Viviam normalmente como todas as famílias do bairro, contudo com o passar do tempo José passou a não se importar com o seu futuro, sempre com a ideia fixa nas posses de seu pai e, que, trabalhar não seria a sua preocupação, afinal de contas, eram ricos e a fortuna de seu pai, com toda a certeza ficaria para ele, o que lhe dava muita tranquilidade.
Seu pai não concordava nada com isso e, sempre que tinha oportunidade lhe dedicava conselhos e algumas reprimendas por seu jeito de ser.
De nada adiantava.
O tempo passava e José cada vez mais caía na gandaia, gastando o que podia e o que não podia nas baladas, nas festas, em viagens, etc., etc.
As atitudes de José foram minando a saúde de sua família e, seus pais cada vez mais granjeavam preocupações, debilitando-os.
A vida não perdoa e, os pais de José, já desgastados de tanta desilusão, um em seguida ao outro adoeceram.
Infelizmente sua mãe veio a falecer e, seu pai vendo-se ir pelo mesmo destino, tentou pela última vez recuperar José, coisa que de nada adiantou.
Em seus últimos suspiros, o pai de José no leito de morte chamou-o e entregou-lhe uma carta, orientando-o de que no dia em que a vida não lhe desse mais nenhuma alternativa, prevendo o futuro e sabedor do que ia acontecer, então que José abrisse a carta.
Logo em seguida José ficou órfão e passou a se dedicar a gastar o que lhe tinha ficado como herança.
Num primeiro momento não notou, mas nas contas e nos investimentos de seu pai, não tinha tanto quanto ele pensava e, logo em seguida tais recursos foram ficando escassos.
José não dava bola e, sem se interessar com o que tinha e o que não tinha, continuou em seu mesmo ritmo.
Não passou muito tempo e José agora tinha já contraído dívidas impagáveis, pois sempre ostentou aquilo que já não possuía mais.
Além de dívidas, agora, contraía arrependimentos porque não ouviu seus pais quando podia…literalmente estava sem posses nenhuma e corroído pela bebida.
Vagava pelas ruas do bairro a mendigar, sempre embriagado e em total depressão.
Rezava e pedia a Deus uma nova oportunidade, para fazer tudo ao contrário do que até então tinha feito, quando jurava de que seguiria os conselhos dos pais.
E, em um certo dia lembrou da carta de seu pai, sendo que não teve nenhuma dúvida e foi ler o seu conteúdo.
Na carta, seu pai ensinava-lhe em um roteiro do que ele deveria fazer…ir à garagem da sua casa e dentro de um baú, tirar de lá o seu conteúdo…
José correu o mais depressa possível até a garagem da casa já bastante danificada e logo localizou o tal do baú, quando imagina talvez muito dinheiro dentro do baú.
Abriu-o com sofreguidão e, para a sua grande surpresa e decepção tinha uma forca armada, onde seu pai ensinava em qual gancho deveria colocá-la no teto da garagem.
José vendo aquilo chorou copiosamente, amaldiçoando seu pai, excomungando-o com os mais baixos impropérios, pois afinal de conta seu pai, pelo visto, queria que ele se matasse.
Ficou ali um bom tempo, xingando-o, desejando-lhe muitas pragas e, com o passar das horas a ideia de se matar foi tomando corpo e, chegou à conclusão de que sim, seu pai estava certo, pois depois de tantas e tantas cabeçadas na vida, nada mais lhe restava a não ser a morte.
Agora, bendizia a seu pai pela excelente ideia que lhe tinha deixado e, de um supetão, agarrou aquela forca e pendurou-a no gancho que seu pai havia indicado, subindo em uma cadeira e colocado a corda no pescoço.
Pronto, chegaria ao fim o seu sofrimento.
Sem nem dar tempo, empurrou a cadeira e sentiu a corda pesar-lhe no pescoço.
Então, morrer era assim, rápido e indolor?
Foi quando percebeu que havia caído no chão com a corda no pescoço e, presa pelo gancho indicado por seu pai, caiu junto uma bolsa de tamanho médio, muito pesada.
Sem nada entender, pois não havia morrido e simplesmente havia caído no chão com algumas escoriações, estava mais do que evidente que o recado de seu pai estava naquela bolsa e era lógico que deveria abri-la…
Hoje José é eternamente agradecido aos seus pais, possui uma bela profissão, uma linda família e, mais do que qualquer outra coisa aprendeu o significado da vida, do valor dos conselhos de um pai, de uma mãe…
A bolsa estava repleta de joias valiosíssimas e que era, verdadeiramente, a sua herança, para o momento certo.”
Pais são para sempre!