Eu fico pensando no que leva uma pessoa a invadir e depredar. Também penso, – quem são essas pessoas? Homens, mulheres? Que idade, de onde vieram? Ainda não entendi muito bem o que aconteceu, afinal o que vi foi uma onda de gente avançando, invadindo, quebrando o que havia pela frente. Nas cenas que assisti, percebi que filmavam com os próprios telefones. E depois, com a chegada da polícia, saíram. Não houve confronto direto polícia e invasor. Pelo menos não em intensidade que motivasse ferimentos ou mesmo mortes.
Então, não foi para invadir e ficar. Para tomar o poder à força. Lembro que li, não sei onde, que uma multidão pode ser controlada até que alguém faça um movimento forte. Quando estoura, é incontrolável. E as pessoas podem fazer, e fazem, coisas absurdas quando estão fora de controle.
Não que isso desculpe o que fizeram. Invadir é proibido, quebrar mais ainda. Brasilia é lá longe, não se tem o contato físico com o que aconteceu. Mas imagino na nossa pequena Encruzilhada, e se invadissem a Prefeitura, ou a Câmara, ou o Fórum? O que sentiríamos? Seja lá quem for, ou qual motivo, essas são as casas que representam o coração das comunidades. Vai ser preciso punir.
Mas também prevenir. Não se pode deixar acontecer.
Pensando em como transmitir o que sinto aos leitores, lembrei que participo do Jornal 19 há mais de vinte anos. Sempre senti muito prazer em estar aqui. Mas já há alguns anos eu sinto um incomodo. Acontecimentos bizarros, na área da política nacional, sucedem-se e monopolizam os jornais e as conversas. Então, me sinto na obrigação de comentar, porque penso sobre esses acontecimentos. Toda semana tem um fato novo, contundente. E parece que cada vez pior.
Então, falando em prevenir, não adianta só encher de polícia, é preciso tirar essa novela da sala. A expressão agora é “pacificar o país”, mas isso não pode ser decretado. Nem sei dizer como, de tanta coisa que precisa ser feita. Mas sinto esse negócio todo como uma panela de pressão no fogo. Esquentando.