O depoimento de Delair de Souza Pereira, ex-namorado de Alexandra Salete Dougokenski, abriu o segundo dia do júri do caso Rafael. Eles mantinham um relacionamento na época dos fatos. A testemunha chorou em alguns momentos, especialmente quando falou sobre Rafael, e também sobre ter sido apontado como suspeito de envolvimento no desaparecimento da criança.
A Juíza de Direito Marilene Parizotto Campagna, que preside o júri, ainda negou um pedido diligência, feito por parte da defesa de Alexandra, para intimação de uma nova testemunha. Ela foi citada por Delair, e teria dito que ouviu de outra pessoa que o pai de Rafael, Rodrigo Winques, estava na região de Planalto na véspera da morte do menino.
Desaparecimento e buscas
Quando Delair chegou na casa de Alexandra, ela disse que acordou pela manhã e viu que Rafael não estava dormindo. O namorado, então, sugeriu que fossem até o Conselho Tutelar.
De acordo com a testemunha, Rafael estava bem e não tinha indicativo de estar com qualquer problema de saúde. Sobre os jogos eletrônicos, disse que um dia a namorada reclamou que o filho ficava até tarde brincando no telefone.
“Alexandra sempre foi uma pessoa extremamente organizada“. Delair informou que nunca a viu bater nos filhos. E que os meninos eram muito bem cuidados.
Enquanto Rafael estava desaparecido, ele contou que a namorada chegou a desconfiar de um irmão dela e do pai da criança, Rodrigo Winques. Delair disse que a mãe de Rafael mudou de versões muitas vezes para o ocorrido. “Ela tinha mudado muito as versões dela. Eu poderia chegar aqui e apontar para Rodrigo, mas ele tem os mesmos álibis que eu“, afirmou. Ele lembrou que foi investigado como suspeito e que até hoje há pessoas que o acusam: “É muito difícil“, disse chorando.
Com o passar dos dias, Delair disse que chegou a chamar Alexandra para uma conversa, dizendo que a apoiaria se quisesse contar alguma coisa, mas ela negou. “Acho que está mais do que na hora dela falar a verdade”, afirmou o ex-namorado. “Ela está causando muita dor à família. E pro Rafa descansar“, acrescentou, chorando ao falar do menino.
O julgamento segue, no Foro da Comarca de Planalto, com o depoimento de Anderson Dougokenski, irmão da vítima.
Fonte: Portal Arauto/TJ-RS
