Catástrofe paulista

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Em pleno carnaval, uma catástrofe no litoral paulista. Chuva de até 600 milímetros, em uma noite. Um temporal dessas proporções é incontrolável, impossível conter tamanha torrente de água.

No entanto, no entanto…

Como sempre, os locais mais destruídos são vilas de famílias de baixa renda, localizadas em zonas declivosas, com pouca ou nenhuma infraestrutura de defesa contra a chuva, muitas inclusive instaladas de forma irregular.

São dois fenômenos, por assim dizer, a serem considerados. O primeiro, será que a intensidade dos acontecimentos climáticos está piorando? Seria essa uma consequência do aquecimento do planeta? Os cientistas alertam para isso. É bem possível.

Por outro lado, o monitoramento das chuvas tem pouco mais de cem anos. Não temos dados históricos anteriores a esse período. Então, não sabemos se já aconteceram chuvas dessa intensidade. Também não temos relatos das consequências de eventuais chuvas assim, porque ninguém vivia nessas regiões antes. Nem havia estradas, nem cidades, e aí por diante.

Como resultado, temos o que vimos. Além da poluição, a humanidade está avançando com força em todo o planeta. São construídas cidades, estradas, drenados banhados, cultivados morros. E moradias irregulares surgem em áreas de extremo risco, força da dificuldade financeira das famílias. Fato que potencializa o dano das catástrofes climáticas.

Não sabemos se alguma vez na história da região do litoral paulista já havia chovido tanto em uma noite. O que sabemos é que, se aconteceu, ninguém morava lá e ninguém sofreu com isso.