A guerra do trânsito no Brasil

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Por: Jader Augusto Rodrigues

Infelizmente temos em andamento no mundo diversas guerras.  Se destacam a guerra de Israel contra os terroristas do Hamas e a da Rússia contra a Ucrânia. Essas guerras e outras de menor vulto estão trazendo muito sofrimento e milhares de vítimas, constituindo-se em pesada conta para a humanidade acertar com o Criador no momento oportuno.

No entanto, temos no Brasil uma guerra silenciosa e não declarada, travada diariamente nas ruas, avenidas,  estradas e rodovias. Uma guerra que somente no ano de 2022 causou a morte de mais de 30.000 pessoas e um número ainda maior de inválidos: A GUERRA DO TRÂNSITO.

Quando vejo ou ouço as notícias e estatísticas da guerra do trânsito, tento não prestar muita atenção nos números, porque friamente nada significam. Procuro entender que aquelas vítimas são pais, mães, filhos, avós, netos, maridos, esposas, namorados, namoradas,  amigos e pessoas amadas de alguém que estará privado para sempre de seu convívio, sentindo uma dor que para muitos dura até o último dia da existência terrestre.

É difícil qualquer um de nós não ter um familiar, um amigo ou conhecido que não tenha perecido na tragédia do trânsito. É um problema gravíssimo.

Embora as estradas no Brasil deixem muito a desejar no que diz respeito à conservação e a frota de veículos seja velha e de má qualidade, a maioria dos acidentes está relacionada á imprudência e à maneira agressiva com que os motoristas dirigem. Agravam muito a situação os irresponsáveis e criminosos que dirigem sob o efeito do álcool ou de drogas ilícitas. Ao que parece, ao tomar a direção de um veículo, a fera que está adormecida em um aparente pacato cidadão ou cidadã aflora, nas manobras arriscadas, ultrapassagens em locais proibidos e excesso de velocidade, além da agressividade com outros motoristas, o que muitas vezes gera brigas que resultam em lesões corporais e até mesmo em homicídios entre pessoas que nem se conhecem. Verdade é que se as regras de trânsito fossem obedecidas, a imensa maioria dos óbitos seria evitada.

Por incrível que possa parecer, há pessoas que dirigem mexendo no celular, recebendo e enviando mensagens em aplicativos. Considero essa postura uma aberração, um sinal da involução do ser humano, uma falha de caráter e uma espécie de deficiência cognitiva. É prática condenável e que deve ser fiscalizada e punida com severidade.

A guerra do trânsito no Brasil é um problema de saúde pública, pois os prejuízos para o país são incomensuráveis. É urgente uma discussão séria e livre de ideologias. Há necessidade de educar as novas gerações desde a mais tenra idade. Não só a educação para o trânsito, mas também e principalmente, a conscientização da importância do exercício da empatia, da compaixão e do valor da vida.

Com a chegada do final do ano e das festas desse período, a tendência é uma agravação do quadro, pois infelizmente em uma época que deveria ser de alegria e confraternização entre as famílias, os números apontam para considerável aumento nos mortos e feridos em acidentes de trânsito.

Vamos nos esforçar para não participar desta guerra impiedosa e para não engrossar as estatísticas. Dirigir com prudência, obediência à sinalização e respeito aos limites de velocidade das vias é essencial, mas o mais importante é lembrar que os pedestres, outros motoristas e passageiros de outros veículos também têm uma família e amigos que esperam por eles.