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CINZEIRO…SEM SERVENTIA?

         Esta é mais uma das tantas histórias que tive o privilégio de catalogar, depois, é claro, que me contaram.

         Foi numa festa de despedida de solteiro bem longe daqui, na fronteira com o Paraguai, se não me falha a memória, donde o meu amigo Percalço (vamos nominá-lo com este nome, por motivos óbvios), esteve presente.

         De antemão salientamos que a festa era de um conhecido do amigo do Percalço e, começou num restaurante em espaço reservado e, logicamente se estendeu para outras paragens.

         Mas, de início, não havia nada programado, a não ser um lauto churrasco no estilo gaúcho, bebidas à vontade, mas cada um pagava a sua conta e todas aquelas sacanagens que se fazem presentes numa despedida de solteiro.

         Aqui, não é preciso dizer que reunião por este motivo e, também, vamos ser sinceros, em todas as outras oportunidades em que estão reunidos (as mulheres vão dizer isso), os homens sempre vão trazer à baila assuntos relacionados aos prazeres carnais, é bem verdade.

         Como dizem por aí, há milhões de anos: os homens são assim…

         Então, estava lá o Percalço com sua turma, entre uma boa picanha e algumas cervejas…aliás, muitas cervejas…

         É preciso que se diga que ninguém vai a uma festa destas para rezar de joelhos…não sejamos hipócritas.

         A reza a gente deixa para depois, se por acaso houver algum deslize de grande magnitude.

         Todavia, uma festa de despedida de solteiro, sempre vai ter algum ou alguns solteiros que querem ver o futuro “noivo” em uma situação ou em várias situações embaraçosas.

         É tradição da festa, faz parte da festa, é preciso que se entenda…

         E, depois de muita carne boa (do churrasco) e uma grande cervejada, lá foram os convivas terminar a noite levando o noivo para uma “dança”.

         Lugar escolhido: Boate El Caracol.

         E a festa continuou maravilhosa, sem maiores deslizes, apenas e tão somente pura diversão (não levem para outros caminhos…).

         Lá estava o Percalço…baile e baile, cerveja e cerveja (agora “das bem caras”), pé-de-valsa que era.

         Todavia, como tudo o que é bom acaba, a festa chegou ao seu fim e o Percalço, encantado com tudo, também se encantou com um cinzeiro que existia naquele estabelecimento, de formas diferentes, em um azul-mar com azul escuro, meio que transparente, de porte antigo, e não teve dúvidas: levou-o consigo como forma de lembrança daquela festa extraordinária.

         Não preciso dizer a vocês que o tal e bendito cinzeiro, lindo, maravilhoso, se tornou um objeto sem serventia nenhuma, não é?

         Não sabem o porquê?

         Então lhes devolvo com outra pergunta: afinal de contas, como o Percalço iria colocar na sua casa, em cima de sua mesinha de centro, em destaque especial por sua formosura, o cinzeiro?

         Pior ainda: como ele iria explicar para a sua esposa de que jeito aquele objeto chegou na sua casa?

         E, mais ainda: ali estava a prova de que Percalço havia “afanado” o cinzeiro e isto ia pegar mal para sua pessoa.

         Cinzeiro sem serventia?

         Mas lá estava ele: Boate El Caracol!

         Como assim, Percalço? – indagou sua esposa totalmente indignada…

– Foi um amigo que, para não perder o casamento, me presenteou…