AGENDA

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...sem mocotó, carne gorda, bebida alcóolica, fumar...

O SENHOR TEM OUTRA…

        Como muitos de vocês já sabem e já o conhecem, Pilhério trocou de nome (seu outro nome, que foi de meu batismo, era A-zamba), porque andou encrencado, ou melhor, encrencaram com o nome dele.

        Como ele aparecia muito nas minhas crônicas, pois amigo que é, certa feita a esposa de um conhecido nosso (a história do A-zamba, que tinha sido contada, era um pouco apimentada, é verdade), colocou este conhecido nosso em atitude suspeita, achando (a esposa dele) que ele é quem era o personagem daquele “causo”, ou seja, o A-zamba da história.

        Para evitar algum outro contratempo, sugeri ao A-zamba, trocar seu nome em cartório e com firma reconhecida e foi assim que ele o fez, passando a se chamar “Pilhério”, este grande amigo que tenho.

        Ele é muito engraçado, sempre está de bem com a vida, vez por outra tropeça nas palavras, é morador do interior, todavia gosta muito de “acolherar as letrinhas” com jornais, revistas, livros…e, não só tem opinião como também a manifesta nas oportunidades que se façam necessárias.

        Pilhério ainda na minha coluna “Agenda”, recentemente, me contou um “causo” de um amigo do amigo da comadre dele, no qual por ser “pé-de-valsa” e estar numa praia catarinense, ávido por bailar e “coçar a sola do pé”, desencantou um baile que tinha uma luzinha vermelha no letreiro lá em cima do morro.

        Lembram?

        Não preciso dizer para vocês que ele levou a sua esposa, desatentamente, é claro, para dançar numa “casa de tolerância”, é bem verdade.

        Pois esta que conto agora ninguém me falou e foi ele, o Pilhério mesmo que me relatou, pois a façanha é dele, foi ele quem a protagonizou.

        Dia desses ele estava com algum desconforto em relação a sua saúde (doía o peito) e, teimoso, não queria ir ao médico, conforme sua esposa indicava, mas convencido, foi.

        Ao chegar no consultório médico e para o médico, relatou o que estava sentindo…era um aperto no peito, estômago sempre meio inchado, doído, etc. e tal.

        O médico, daqueles que “confia no seu taco”, e não prescreve aquele calhamaço de exames, fez algumas outras perguntas e tranquilizou, ao Pilhério e mais principalmente a sua esposa, pois ela estava pensando que ele estava à beira de um infarte do miocárdio.

– Fique tranquila, dona Espiridiana, o Pilhério está mesmo é com muitos gases e nada como uma simeticona para melhorar estes sintomas que lhe estão incomodando.

        Dona Espiridiana, sem querer falar ao médico, mas, sentiu aquela vontade de gritar: Eureka!!

        Então, não era à toa que as cobertas nas noites matrimoniais sempre ficavam agitadas…

        Mesmo assim, o médico muito prestativo e conselheiro, falou ao Pilhério:

– Seu Pilhério, o senhor vai ter que mudar alguns hábitos, ou seja, primeiramente parar de beber e de fumar, deitar-se cedo e se levantar ao amanhecer do dia, consultar uma nutricionista para que ela lhe prescreva uma dieta para melhorar seu intestino e, fazer exercícios físicos regularmente e ao menos quatro vezes na semana com a duração de 60 minutos.

– Esqueça o mocotó, que o senhor disse que adora, a galinhada “de fora”, a “vaca atolada”, feijoada, a costela bem gorda de engraxar os bigodes, a mandioca frita, o pão feito em casa que tem muita gordura…arrematou o médico.

        E, para finalizar, tascou: – Seu Pilhério, é a “melhor solução’ para o senhor!

        Ao que o meu amigo Pilhério devolveu e, na frente da sua esposa, Dona Espiridiana:

– Bah, tchê, meu prezado doutor, me desculpe, mas eu sei que tive uns quantos pecados, minha juventude foi de muita festa, muitas sacanagens e coisa e tal e ainda não paguei tudo prá Deus…é verdade…

– Na minha juventude, viu Espiridiana, não te aflige e nem te desespera…foi na minha juventude…

– Sendo assim e por tudo isso, portanto e francamente meu doutor, eu acho não, eu tenho certeza absoluta, de que por causa dos pecados, eu não mereço “a sua melhor solução”.

        Claramente colocando Nosso Deus na causa, tascou:

Por “acauso”, o senhor tem outra?