AGENDA l A bergamota mais doce

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         Muito difícil de definir.

         Eu estou em dúvidas e, logo abaixo explico a razão.

         Para começo de assunto cabe a pergunta: quantos tipos de bergamotas existem?

         Fui pesquisar e encontrei que são quatro as variações de bergamotas, a ponkan, montenegrina ou mimosa, mexerica e murcote ou morgote.

         Somente no “olhômetro”, eu confesso que conheço a mexerica e a ponkan.

         E, afinal de contas, é pocã, poncã ou ponkan?

         Apesar da versão aportuguesada do nome ‘poncã’ e que está até nos dicionários brasileiros, a agrônoma Marinês Bastianel, pesquisadora do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, indica que o nome correto é ‘ponkan’.

         Pois bem, depois que apareceu a ponkan, a mexerica que era a mais comum aqui para os nossos lados meio que desapareceu, mas, a gente ainda encontra nos quintais das casas, em chácaras e fazendas, em pomares já bem mais antigos, principalmente em taperas.

         Digamos que a ponkan caiu no gosto popular do gaúcho.

         Muitos ainda vão discordar, mas gosto não se discute.

         Decididamente eu prefiro a ponkan, no entanto, um suco de bergamota mexerica tem lá o seu grande valor, indiscutivelmente.

         Já experimentaram?

         Mas, falávamos, ou melhor, eu ia perguntar onde se encontra a bergamota mais doce deste Rio Grande do Sul amado?

         Mas é visto que cada um de vocês, como gaúchos ou gaúchas de quatro costados vão saber dizer, ao menos um lugar…

         Aqui no pátio de casa temos um pé de bergamota ponkan e, depois de três ou quatro geadas, elas adocicaram e ficaram altamente palatáveis.

         Como é um pé ainda em desenvolvimento, as frutas já estão quase no fim, mas este ano estavam muito boas.

         Devo confessar que sou “muito ruim” para frutas cítricas, bem ao contrário da Lena que come uma bergamota ou uma laranja e por mais ácida que elas possam ser, ela sempre diz que é muito boa.

         Às vezes ela me dá um pedaço, dizendo que está muito doce e eu acho de uma amargura sem fim.

         Talvez eu até pudesse ser um bom jurado de um concurso da mais doce bergamota ou laranja, pois só a aprecio se for bem doce e nada ácida, caso contrário, rejeito-a sempre.

         De vez em quando somos agraciados com bergamotas que vêm lá da nossa querida Amaral Ferrador e, estas sim, não falham nunca de tão doces que são.

         Naturalmente que não vou revelar a fonte…

         Contudo, estivemos visitando nossos “consogros” na linda cidade de Cerro Largo-RS (um dia eu conto para vocês o que é de linda, bem organizada, altamente desenvolvida, inclusive com duas faculdades, esta cidade com aproximadamente 14 mil habitantes e sede das Lojas Becker).

         E, depois de um excelente churrasco (outra coisa boa de lá é a carne), com diversas doçuras de sobremesa, fomos presenteados com bergamotas ponkan.

         Pensem numa fruta doce…pois pensem mais ainda…

         Ganhamos aproximadamente quatro dúzias…isto foi neste último fim-de-semana…hoje não tem mais nenhuma para contar a história…porque realmente eram muito doces.

         E, agora, estou nesta dúvida de saber qual a bergamota mais doce: de Amaral Ferrador ou de Cerro Largo…

         Talvez, ainda neste inverno eu consiga tirar a dúvida.

         Contudo, dizem que a bergamota mais doce de se degustar, é a cruza da ponkan com essa tal de “murcote” …nunca vi, não comi, eu só ouço falar…