AGENDA l Dificuldades a vista

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Nestes meus mais de quarenta anos militando no jornalismo, com mais de 2 mil crônicas, verdadeiramente me sinto um jornalista na acepção mais completa da palavra.

         Vivenciei muitos bons momentos e comentei-os, como também vivenciei momentos tumultuados e os ponderei, em todos os segmentos que abrangem uma sociedade e em seus mais diversos contextos.

         Assim se faz dentro de um jornalismo honesto e imparcial.

         Nunca me ausentei de opinar, muito menos de expressar aquilo que penso e sinto, como um direito pétreo que tenho de minha livre expressão, tal como o direito inviolável do ir e vir neste país.

         A democracia, com duo em nossa Constituição Federal, nos autoriza a tanto.

         E, é esta democracia de que tanto foi falada e propalada, dentro deste desassossegado e beligerante processo eleitoral, que decreta neste momento a vitória de Eduardo Leite aqui no nosso Rio Grande do Sul e, no país, de Luiz Inácio Lula da Silva.

         Devo ressaltar que me sento em frente ao computador, quando ainda escuto o pipocar dos foguetes que comemoram a vitória dos eleitores vencedores.

         Justo.

         Neste jogo, como em tantos outros, devemos aprender que ganhar ou perder faz parte do prélio e, as comemorações são consequência e devem ser respeitadas, desde que o abuso, o excesso e as extravagâncias não ultrapassem o limite de quando começa a liberdade dos outros.

         O respeito é bom e conserva amizades.

         Simples assim.

         E, neste “bom” compromisso de vir até aqui a este espaço e falar franca e honestamente com meus leitores e leitoras, quando nestes longos mais de 40 anos sempre estivemos juntos, em todos os momentos, me atrevo a opinar que o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito a apenas alguns minutos atrás, vai enfrentar muitas dificuldades.

         Vamos ver se consigo me fazer entender…

         Lembro-me que desde o primeiro dia de governo de Jair Messias Bolsonaro e até ainda hoje (com certeza deverá ser até o último dia de seu mandato), a oposição foi contínua, diária e ferrenha.

         Naturalmente no intuito de desestabilizar emocional e administrativamente o governo ora habitante do Palácio do Planalto, não restam dúvidas.

         Portanto, é de se esperar que agora, desde o primeiro dia de governo do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, a oposição faça a mesma coisa, com o mesmo intuito de desestabilizar o governo inquilino da vez, que esperamos seja “dentro das quatro linhas”.

         Outra dura oposição deverá vir do Congresso Nacional, Senado e Câmara Federal, donde o novo presidente não obtém a maioria e, como todos nós sabemos, para aprovar leis, emendas e tantos outros adendos, é preciso ter o maior número de votos que sejam favoráveis a tanto.

         Isto será verdadeiramente um entrave para as intenções do presidente eleito.

         Por fim e, como talvez a pedra maior no sapato do novo eleito, venha do seu “indulto”, digamos assim, quando foi condenado por 9 juízes e em três instâncias, obteve anulação da sentença, pelo entendimento do “stf”, que Curitiba-PR, não seria legalmente, o foro para o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva ser julgado.

         Acredito piamente que isto ainda vai dar muito pano para manga, pois parte-se da premissa que o julgamento foi anulado, contudo as denúncias e as provas permanecem e, em sendo assim, será um prato cheio para a oposição, na intenção provavelmente, de um outro impeachment.

         Falo como leigo que sou e, trago aqui apenas a minha impressão sobre os fatos…com a palavra “os mestres em Direito Civil e Penal” e sobre imunidades parlamentares.

         Por essas e outras é que me ouso prever grandes dificuldades para o recente presidente eleito do Brasil, na esperança sempre que tudo que tenha por acontecer, se é que vai acontecer, aconteça com muita paz, Ordem e Progresso.

Não existe culpa no voto, existe uma intenção.

David Coimbra – jornalista