AGENDA l … Uma questão de tempo.

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 Sabem aqueles dias em que você se sente totalmente desesperançado?

Perdido, com o olhar distante, vagando pelo mundo e tentando entender como é que as coisas acontecem e porque acontecem?

Sei lá se o tempo está colaborando com tudo isso, pois está nublado, como normalmente são todos os dias de ressaca.

Não daquela ressaca alcoólica…não, essa não…

Muito pior que essa, aliás longa e quilometricamente maior do que essa…falo da ressaca moral.

Desesperança.

Não tem como disfarçar o que os olhos denunciam e o coração sente, principalmente pelo currículo negativo de fatos já acontecidos em outros anos passados e que marcou a nossa história tão amargamente.

Não há como negar.

Falemos disso: existe uma sentença condenatória de nada mais e nada menos do que 238 páginas…e que de nada valeu…talvez, com o passar dos tempos, sabe-se lá se não será esta sentença transformada em uma peça literária de ficção…sabe-se lá…porque pelo visto, para outra coisa não serviu, ao menos aos olhos dos togados superiores, que de tudo fizeram para “descondenar” Lula e liberá-lo da ficha-suja, da corrupção, da lavagem de dinheiro, para concorrer ao pleito.

Segundo o jornalista J.R. Guzzo, no jornal Zero Hora do dia 12/03/2021, dizia o seguinte:

“São nove juízes diferentes, em três instâncias separadas, uma depois da outra; todos eles examinaram as provas apresentadas contra Lula e julgaram que elas eram suficientes para declarar o ex-presidente culpado dos crimes de que foi acusado. Na verdade, são dez juízes – a esses tem de se somar a juíza, também de Curitiba, que o condenou numa segunda ação penal. Muito bem: o ministro Edson Fachin, que militou no PT, pediu voto para Dilma Rousseff e foi advogado do MST, decidiu que tudo isso não vale nada.”

            Que coisa extraordinária essa…ou não?

Sinceramente? Eu não consigo acreditar que ainda existem pessoas que até hoje não viram, ou decididamente não querem ver o óbvio.

Quanta inépcia.

Desesperança no hoje, que foi amanhã ontem e, será amanhã e depois de amanhã em todos os dias a partir de agora até o ano de 2026.

Saí cedo da manhã em viagem, voltando para casa e, justamente pensando que a minha coluna de hoje não deveria versar sobre nada de política, na verdade eu não queria abordar o assunto, pois afinal de contas, todo mundo também deve estar com esta ressaca…ou como se diz por aqui: “tô verde!”

Contudo, o jornalismo é a história contada em fatos diários…e não há como fugir dos fatos.

Amargo esta derrota (de ter que falar na política) para mim mesmo e, cá estou versando sobre o assunto.

Aristóteles, filósofo da Grécia Antiga, em sua “Ética a Nicômaco”, dizia: a política é a atividade mestra, que ocupa o topo da hierarquia das atividades, ciências e técnicas, porque cabe a ela determinar até que ponto e em que medida serão exercidas todas as outras, da medicina à cultura, da economia ao direito penal e à educação.”

Hoje, por causa desta política, trago um dia de vergonha pelo meu país, pelos meus concidadãos que não foram adeptos a este projeto que aí está, por razões mais do que óbvias já citadas, quando a honra foi pisoteada, a lei foi vilipendiada, contudo há de se admirar que este feito é para poucos, quando tal cidadão apropriou-se do antigo discurso dos excluídos e das minorias traumatizadas, porém desinformadas (é preciso que se diga) para angariar votos.

Permitam-me dizer que não devemos ter dificuldades em aceitar perder, pois faz parte do jogo da democracia, contudo temos o dever de não aceitar o que aí está, por um país honesto e contra a corrupção.

Não aceitamos, sob hipótese nenhuma a famigerada conclusão de que o crime compensa em nosso país…pelo futuro de nossos filhos e netos.

Isso é fundamental e requer um antagonismo ferrenho, consistente, diário, todavia dentro sempre da legalidade das regras impostas pela nossa democracia.

Tem uma frase que eu li e adotei para mim e, se não fosse tão repetitivo, escreveria ela todos os dias e em todos os meus textos: “Não compartilho meus pensamentos achando que vou mudar a cabeça de pessoas que pensam diferente.

Compartilho meus pensamentos para mostrar às pessoas que pensam como eu, que elas não estão sozinhas.”

Simples assim.

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Às vezes é só questão de silencio…E tempo!