Como sempre tenho pautado a conduta de minhas crônicas, eu prefiro chamar de apenas e tão somente: Ensino Domiciliar.
Essa coisa de “americanizar” tudo não é comigo.
Pois dia desses foi aprovado na Câmara Federal, por 264 votos a favor e 144 contra, o projeto de lei que permite o ensino domiciliar da pré-escola, ensino fundamental e médio, desde que o aluno esteja cadastrado em alguma instituição credenciada.
Além do que, os pais, não necessariamente os dois, precisam ter um curso superior ou técnico.
Vai daí que, como tudo neste país, isso virou em uma grande discussão e, pior, polarizada…
Não preciso dizer entre quem…, mas vou: de um lado bolsonaristas e, de outro, lulistas.
Para tanto, basta ler os jornais e ver e escutar os noticiários e os comentários, de ambos os lados.
E de onde nasceu o ensino domiciliar?
“Nos anos de 1960s, Rousas John Rushdoony começou a defender o ensino em casa, que ele via como uma forma de combater a natureza secular do sistema de educação pública nos Estados Unidos.” – Pesquisa Google.
A modalidade tem como objetivo, segundo seus adeptos, educar as crianças em casa, obedecendo o ritmo e os interesses de cada uma.
É preciso que se diga que esta “sugestão”, que vem lá do ano de 2019 (mas o PL é de 2012) e, foi ventilada pelo governo Bolsonaro, ganhou muita força durante a pandemia.
Mas, na verdade, o que está implícito nesta definição de objetivos do ensino domiciliar, vejam bem, em minha concepção, é a dita doutrinação que vêm acontecendo nas salas de aula.
Inclusive leio de um colunista de jornal de grande circulação nacional, o seguinte: “Se os professores fossem tão eficientes em suas doutrinas ideológicas como dizem os bolsonaristas, o Brasil não teria um governo fascista. Ainda assim, um viva aos professores doutrinadores. Não parem.”
Notem que aí está admitida a tal da doutrinação…
Doutrinação essa, alegada pelos pais, que não condizem com os anseios que possuem em relação aos seus filhos.
Daí, então, o Projeto de Lei nr. 3.179, de 2012 ter sido aprovado.
Contudo e, independente de bolsonarista e lulistas, razão deste arrazoado, é preciso frisar de que cada um continua livre para optar pelo ensino domiciliar ou não.
Ninguém é obrigado a nada, ninguém está sendo obrigado a nada.
Nem esquerdistas adotarem o ensino domiciliar e, muito menos bolsonaristas optarem pelo ensino público.
Essa é a questão que me causa “cismas”.
Por que e para que a discussão?
Cada um faz aquilo que melhor lhe convier. Ponto.
O ensino domiciliar surge como uma alternativa.
E a socialização do aluno, a convivência em grupo, as discussões de pautas atuais…?
Os pais que optarem pelo ensino domiciliar é que responderão por isso, e, o direcionamento ou não de seus filhos para temas como educação sexual, gênero, racismo…esquerda ou direita, vão ficar sobre o critério deles, os pais.
Ninguém tem nada com isso.
As consequências? Se é que elas vão existir…ninguém sabe, pois o ensino domiciliar ainda é uma incógnita nos dias de hoje.
Sabe-se sim, que lá nos tempos de nossos bisavôs, muitos dos nossos avôs e avós e até pais, que moravam em propriedades rurais no interior e não tinham acesso às escolas, foram alfabetizados em casa e, hoje, estão muito bem obrigado.
Vida que segue.