CISMAS l Salário mínimo, dos mínimos

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        Não sou nenhum especialista na área, é bom que se diga, mas também nem precisa ser um economista de renome internacional para perceber que vem por aí chuvas e trovoadas.

        Leio na imprensa do país que nesta terça-feira, a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), foi aprovada em sessão do Congresso Nacional, para 2023.

        E, dentre os valores estipulados, está previsto lá, salário mínimo de R$ 1.294,00, para o próximo ano.

        O valor representa aumento de 6,77% sobre o pago este ano, de R$ 1.212,00.

        Segundo as mesmas informações da mídia, vai estar abaixo da inflação prevista.

        Então, fica claro que não é preciso ser nenhum gênio para antever dificuldades, muitas dificuldades, para quem vive deste ordenado.

        Ora, se vai estar abaixo da inflação, como faz para sobreviver?

        Desde que me conheço por gente, e tenho cismas com isso, via meus pais, tios e afins, nos encontros de família, sempre falarem de que a vida não estava fácil para ninguém, de que os salários eram baixos, que o governo pouco fazia para melhorar a vida do povo.

        E olha que isso já vão com quase sessenta anos…o que presumo que nestes sessenta anos o povo nunca foi privilegiado com uma vida, ao menos, tranquila e que pudesse ter dignidade.

        Para um trabalhador, e vamos falar aqui daquele de quem eu simplesmente o nomeio de “herói nacional”, ou de “herói desconhecido”, pois é aquele trabalhador que levanta às quatro da manhã, faz a sua marmita, e nem sei se consegue tomar um café…

        Pega três conduções para chegar às oito horas no serviço, trabalha de sol a sol, e, pelo mesmo trajeto volta para casa, onde chega às oito horas da noite, e, lá estão a lhe esperar uma família de no mínimo três filhos, a quem ele tem a obrigação de colocar comida na mesa, dar-lhes o que vestir, proporcionar estudo…

        Ao fim e ao cabo de trinta dias, recebe R$ 1.212,00 reais.

        Com quantos reais se compra um quilo de feijão e um quilo de arroz?

        Pois bem, vamos acrescentar com a alimentação, vestuário e estudos, água, luz, gás de cozinha…

        E o leite que um litro está nas gôndolas dos supermercados por seis a oito reais?

        Como ele faz para sobreviver com R$ 1.212,00?

        Nas nababescas galerias que compõem o Congresso Nacional, acreditem meus senhores e senhoras, aqueles que lá estão nem tomam conhecimento do povo que aqui está, tenham certeza disso.

        A não ser, é claro, quando chegam as eleições, pois que eles precisam destes “heróis nacionais” e dos seus votos, para que consigam permanecer com suas pequenas fortunas mensais.

        É de ficar ainda mais indignado, vejam:

A soma de toda a verba que os parlamentares efetivamente recebem inclui salário mensal, auxílio-moradia e direito ao ressarcimento integral de suas despesas com saúde (benefício que é estendido ao cônjuge e dependentes com até 21 anos de idade). Eles também têm direito à cota para o exercício da atividade parlamentar, que cobre passagens áreas, hospedagem, combustível e outras despesas, além de verba para contratação de pessoal.

            E todo este valor redunda em aproximadamente R$ 170 mil, mensais.

        …enquanto isso, nossos trabalhadores irão receber R$ 1.294,00.

        Nada mais a comentar.