Li com bastante interesse, matéria em Zero Hora, coluna Informe Especial, escrita pelo interino Caio Cigana, sobre o título acima, uma vez que fico cismado com tudo isso que está acontecendo.
Recentemente, e para refrescar a memória, ainda rola por aí resquícios do caso do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que se “afastou” do cargo porque entende estar sofrendo calúnias.
Ora vamos e convenhamos, com tantas funcionárias dando o seu testemunho de que foram importunadas sexualmente por este cidadão, o gajo ainda quer se fazer de “santo”?
Já nem é mais hipocrisia, isto eu chamaria de sandice, um disparate.
Mas, enfim…
Diante deste como de milhares de outros e tantos outros casos, nos vimos mais do que obrigados, temos a necessidade premente de buscar alternativas para acabar de vez os assédios sexuais e morais nos ambientes de trabalho, sejam eles públicos ou privados.
Na avaliação da diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Sandra Gioffi, o primeiro passo seria a criação de um código de conduta, para que os profissionais tenham a oportunidade de saber qual o comportamento esperado dentro das empresas ou nos corredores das repartições públicas.
Esclarecidas toda e qualquer dúvida, que seja dentro da própria empresa ou dos setores públicos, é de bom alvitre que se contrate uma empresa gestora de recursos humanos de fora, donde teria a necessidade de um canal de denúncia e, que oferecesse total sigilo.
Mas também só a denúncia não seria a solução, não mesmo, e, para que houvesse um desfecho a contento, uma investigação séria, independente, de pessoas idôneas, abalizadas, competentes, até mesmo sem serem conhecidas, para evitar “certas influências”, haveria de se postar no decorrer das denúncias.
Todavia, a investigação obrigatoriamente haverá de ter consequências, as quais punam exemplarmente a quem usurpou do direito de outrem, sem obter nenhuma permissão e, na maioria das vezes, utilizando-se da hierarquia a que se supõe.
Ou seja, o código penal brasileiro precisa ser revisto urgentemente.
Já de muito tempo as políticas dos RHs deveriam atentar para este grave problema, coisa que não dá para entender o porquê não ter ainda sido tomado providências.
Por que?
Advertência, afastamento e até mesmo demissões devem contemplar as punições resultantes destas investigações e inquéritos instaurados, caso contrário, seria a montanha parir um rato.
E, vejam que as promoções devem passar também por este crivo.
Só que precisamos de pessoas ilibadas e que estejam amplamente alinhadas a este código de conduta, para que definitivamente, seja implantada a cultura do respeito.
É assim que tem que ser e, sem mais delongas.
“Não devemos ter medo dos confrontos. Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas.”
Charles Chaplin