Cuidado com a Dengue

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Paraná está há quase três anos sem registrar casos de febre amarela em humanos --

A dengue chegou com força no nosso Estado, esse ano e Encruzilhada vai entrar no esquema do fumacê. Lembrei de uma história. Foi no inicio do século passado, quando se resolveu construir o canal do Panamá, que liga os oceanos Atlântico e Pacifico. Um grupo francês tomou para si o desafio, movido pela glória de ter construído, pouco antes, o canal de Suez, entre o Mediterrâneo e o Mar Vermelho.

Os caras vieram para o Panamá e começaram a ficar doentes, e morrer. Febre, dores no corpo e outros sintomas, que obrigavam a internação hospitalar. Os médicos, que não conheciam a doença que deixava as pessoas meio amarelas, não conseguiram controla-la e os franceses precisaram desistir do projeto.

Um empreendedor norteamericano, que era o construtor das estradas de ferro que ligaram os EUA de leste a oeste, resolveu enfrentar o desafio. Antes de mais nada, enviou um grupo de biólogos especialistas para a região. Os caras ficaram lá um tempão, mas descobriram que a doença, que veio a se chamar “febre amarela”, era transmitida por um mosquito, comum nas matas que dominavam o Panamá. Foi enviado, então, um batalhão de pulverizadores, que fizeram um fumacê geral com um produto inseticida, e eliminaram os transmissores da febre amarela.

Dizem que até hoje não tem mais mosquito no Panamá. Não se sabe se isso é verdade, mas ação de combate aos mosquitos viabilizou o projeto. Apenas como ilustração, consta que pelo menos 20 mil trabalhadores franceses morreram antes de seus líderes desistirem do projeto.

Isso com a dengue não é possível de fazer. Não se pode utilizar produtos perigosos nos meios urbanos. Aliás, em lugar nenhum. O que foi utilizado lá não é mais permitido hoje em dia. E é interessante que os mosquitos transmissores estejam se alastrando para o sul. Provavelmente porque o inverno, que nos protegia, não é mais muito rigoroso e também porque os mosquitos estão se adaptando. Além disso, o desequilíbrio ambiental propicia o desenvolvimento de algumas espécies, por falta de predadores.

Um alento à população são as vacinas. Que já existem, mas que ainda não em volume suficiente para todos se protegerem. Talvez em algum momento se tornem disponíveis, vamos torcer. Enquanto isso, o negócio é se cuidar e prestar atenção as orientações referentes a eliminação dos focos de mosquito.