Sequei, como sempre. Não é uma questão de querer o mal dos outros, é uma questão de gozação. Já tinha até as piadas prontas. Chovia fraco na noite do jogo do Inter com o Fluminense, e eu pensava, – se perderem vou postar no facebook, “não é chuva, são lágrimas!”.
Mas a verdade é que me deu pena. Fiquei quieto, não ri de ninguém. Mais um ano sem título, desta vez com um time bem razoável, em casa, com o estádio e seus arredores apinhados de torcedores, e da forma que foi. No finalzinho do jogo, depois de estar vencendo a maior parte do tempo do confronto.
Isso é muito duro, muito angustiante. Frustrante mesmo, de dar vontade de desistir.
No entanto, as coisas são como são. Discurso não ganha jogo, nem mesmo o argumento de que um dia é preciso vencer. O Fluminense também deseja muito o título da América, que não possui. Talvez uma base para entender o que aconteceu.
E aqui vai meu veredito, impiedoso. O Fluminense jogou melhor que o Inter, os dois jogos. Embora o time gaúcho tenha dominado a posse de bola, criado mais chances, e ter permanecido com o placar a seu favor a maior parte do tempo. Os cariocas lutaram, na primeira partida com um jogador a menos, na segunda contra um adversário poderoso e com toda a torcida a seu favor. E mesmo assim venceram.
Tomo o exemplo dos centroavantes. O do Inter foi ausente no jogo do Rio. Em Porto Alegre, onde as circunstâncias da partida favoreceram sua atuação, pecou pelo excesso de confiança e errou gols fáceis. Já o do Fluminense marcou em todas as oportunidades que teve. Estava determinado. Como o time. Como se estivesse dizendo, – quero vencer e para isso preciso aproveitar todas as chances que tiver.
Então, fica a lição. Não tem do que rir. Foi triste para os colorados. Tiveram muitos acertos, mas menos que os outros. Para vencer, é preciso, no mínimo, acertar mais que o adversário.