Fogo e fogo

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Os incêndios no Brasil estão nos deixando sem sol e sem céu azul. Grande parte do país apresentando um ar difícil de respirar. Todos os anos acontece isso, mas parece que, a cada ano, piora.

Os incêndios estão associados à estação de secas. Lá para o norte do país, as coisas são diferentes daqui. Temos, aqui, inverno e verão. Frio e calor. Para lá, é seca e chuva. São de quatro a seis meses sem chuvas. A vegetação seca e fica perigoso até riscar um fósforo.

Os noticiários mostram aviões jogando água, bombeiros e brigadistas lutando contra as chamas. Ainda ontem um ministro do STF determinou que bombeiros e brigadistas de todo o país se desloquem para essas áreas, auxiliando no combate as chamas.

Infelizmente, sabemos que as chamas somente apagarão quando a estação das chuvas chegar. O Brasil é imenso, a região desses incêndios é muito grande, tudo é de proporções incontroláveis.

Oremos pela chuva! Chamemos os curandeiros indígenas para danças da chuva!

A sensação é aquela do leite derramado. Porque todo mundo sabe que faz seca de abril a outubro, todo mundo sabe que a estação das secas é a estação do fogo. Assim como todo mundo sabe que o planeta está aquecendo. Mas ninguém previne.

Não sei se os leitores lembram daquela COP que teve no oriente médio, ano passado, se não me engano. Havia congestionamento de jatinhos levando líderes mundiais para discutir como diminuir a poluição. Só esse congestionamento já diz o quanto nossos líderes entendem de poluição. Não se esqueçam, leitores, que durante a pandemia, quando o mundo ficou em casa, a poluição causada pelos aviões diminuiu de forma visível.

Que nossos líderes não se entendem sobre o clima, é claro como a água um dia foi. Por outro lado, quanto o Brasil está gastando com aviões, bombeiros, brigadistas, materiais e tudo o mais, para controlar o fogo? Sem resultado, porque são ações paliativas, o fogo só vai apagar com a chuva. E quanto o Brasil gasta com prevenção? Por exemplo, equipes de monitoramento, no inicio da estação da seca, para controlar focos de incêndios? Ou planejamento de aceiros, como fazemos nos matos e campos daqui, para que os focos não se alastrem? Acho que nada ou muito pouco. Porque tudo que o governo faz é propagandeado aos quatro ventos, e não se vê anúncios de medidas preventivas.

Enfim, nesse século do smartphone, da inteligência artificial, esquecemos totalmente das coisas mais básicas. E essas forças naturais avançam, sem que se faça nada.