O golpe do bilhete é antigo, mas ainda é capaz de fazer vítimas na região. Em Vera Cruz, o mais recente ocorreu na última quinta-feira (17), mas a vítima, uma idosa de 78 anos, esperou até o dia seguinte para registrar ocorrência na Brigada Militar e na Polícia Civil, que agora investiga o caso. A abordagem dos estelionatários foi por volta das 14 horas, no centro de Vera Cruz.
“Geralmente são pessoas que não são da região”, alertou o inspetor da Polícia Civil Alexandre Rossa, ao mencionar que os policiais investigam as câmeras de segurança na agência bancária onde foi sacado o dinheiro e nas redondezas, a fim de identificar os criminosos. Neste ano, é o terceiro caso de golpe do bilhete registrado. Não é o tipo mais comum de estelionato, confirma o inspetor, especialmente frente ao advento dos crimes virtuais, mas esse ainda é um tipo de crime presencial e que, na maior parte das vezes, tem nos idosos as suas vítimas.
No caso ocorrido na última semana, um rapaz, aparentando 20 anos, abordou a senhora pedindo auxílio para supostamente encontrar um advogado e teria revelado o bilhete premiado. Outro criminoso se juntou e confirmou a veracidade do bilhete, e ofereceu a ela uma parte do prêmio se o ajudasse a resgatá-lo. Para isso, a idosa teria que entregar o valor da sua conta bancária como garantia, para depois receber a sua parte. O valor retirado pela vítima foi superior a R$ 23 mil. Posteriormente, o estelionatário entregou à vítima uma bolsa com um cadeado, alertando que o valor investido por ela estava ali. E então o golpe foi descoberto, pois nada havia. Rossa explica que hoje em dia os crimes virtuais são infinitamente mais comuns, mas independente da modalidade, sugere que as pessoas procurem a Delegacia e tirem eventual dúvida antes de fazer um negócio que possa resultar em golpe.
“O DINHEIRO NÃO CAI DO CÉU”
Tenente Carlos Savian, comandante da Brigada Militar de Vera Cruz, reforça o poder de persuasão destes criminosos que ainda conseguem aplicar o golpe do bilhete, mas chama a atenção para o reflexo da ganância. “É preciso se perguntar: como eu ganhei este dinheiro que eu tenho guardado no banco? O dinheiro não cai do céu”, refletiu, instigando as pessoas a não se iludirem com presentes em valores vindos de desconhecidos.
Assim como o inspetor Rossa, o tenente Savian orienta que as pessoas, quando abordadas, que liguem para o 190 ou se dirijam diretamente até a Brigada. “Não só depois que sofrer o golpe, mas podemos agir preventivamente”, alertou, lembrando que normalmente as vítimas não conseguem informar as placas do veículo dos criminosos e outras características.
Fonte: Jornal Arauto