Sexta feira passada, uma moça morreu durante a apresentação da cantora Taylor Swift, no estádio do Engenhão, na cidade do Rio de Janeiro. Ela passou mal devido ao calor e teve uma parada cardiorrespiratória.
Adoração por figuras carismáticas da música é um fenômeno antigo. Multidões se deslocam para ver seus ídolos. No caso, mais de sessenta mil pessoas dentro do estádio de futebol. Isso é até uma coisa bonita, e faz parte da juventude.
O que está errado é o tratamento que foi dado a essas pessoas.
Os jornais publicaram entrevistas com especialistas em segurança. Erros graves foram cometidos. O estádio, em seu projeto, previa duas entradas de ar para circulação e alívio do calor. Ficam atrás das goleiras. Onde a arquibancada é mais baixa e cabe menos público. Em frente a uma dessas entradas de ar montaram o palco. Fechando a abertura. Na frente da outra, colocaram tapumes para evitar a entrada de pessoas sem pagar ingressos.
A fim de pegar lugar melhor situado, os fãs começaram a fazer fila nas imediações do estádio ainda pela manhã. Fazia um calor de rachar. E não foi providenciada sombra.
Para completar, foi proibida a entrada no estádio com garrafas. Lá dentro, a temperatura passou dos 50 graus centígrados. Um copinho de água estava sendo vendido por 10 reais. Contam que não estava gelado e que logo não havia mais água para vender.
Resultado. Centenas de pessoas passaram mal, desmaiaram. E uma moça morreu.
O acontecido me fez lembrar a boate Kiss, de Santa Maria. Tudo feito para dar mais lucro a organizadores e artistas. Nenhum cuidado com o público.
Para completar, as pessoas que passaram mal foram sendo retiradas e atendidas. Inclusive a moça que perdeu a vida.
Mas o show continuou. No dia seguinte houve um adiamento, e depois outra apresentação aconteceu normalmente. Desta vez, graças a uma determinação do ministério da justiça, com a permissão ao público de levar água para beber.
Depois da porta arrombada, tranca de ferro.
Deveriam ter cancelado tudo, prendido os irresponsáveis que produziram essa tragédia e decretado luto. Foi tudo muito desumano, insensível. Uma barbaridade o que se faz com as pessoas.