Esse mundo é mesmo interessante. Quando abro meus olhos e vejo coisas, percebo o que está a minha volta. Seja campo, mato, cidade, estrada. Tudo tem forma, tudo tem cor. Da mesma forma que uma câmera fotográfica faz. Meu olho, então, é o equivalente da lente da câmera.
Mas aí é que está. Meu olho, como a lente da câmera, são sensores. E tudo que vejo é reflexo da luz que incide sobre essas coisas. E a luz é uma onda, que as coisas absorvem ou refletem. Na verdade, um feixe de ondas, com vários comprimentos. Acho incrível que as plantas sejam verdes para mim. E relaciono tudo que é verde à natureza, à fotossíntese, base da vida. No entanto, para as plantas, a luz que menos importa é a verde. Quer dizer, o comprimento de onda de luz que gera o verde, não interessa para as plantas produzirem fotossíntese, e por isso esse comprimento de onda é refletido e meu olho enxerga. Resumindo, enxergo o que as plantas não se interessam.
Esse fenômeno, do sensor ocular, explica porque o céu noturno é escuro. Andei pesquisando isso, e foi assim que entendi: o universo é infinito (até agora é o que a ciência acredita) e possui então um número infinito de estrelas brilhando. Por causa disso, em qualquer direção que se olhar, tem uma estrela. Donde se conclui que o céu, à noite, deveria ser super claro. Mas o que a gente vê são estrelas pipocando o céu negro de pontos de luz.
Por que?
Acontece que o universo, além de infinito, está se expandindo. Ficando cada vez maior. O que significa que as estrelas estão se afastando de nós. E à medida que a distância aumenta, o comprimento de onda da luz que as estrelas enviam, aumenta também. Como o som de um carro que se afasta, que vai ficando mais grave, porque o comprimento da onda de som aumenta. Meus olhos, nossos olhos, somente enxergam as ondas de luz de um determinado comprimento. Que vai do violeta até o vermelho. O comprimento de onda da luz violeta é menor que o vermelho. Mas, depois do vermelho a luz tem outros comprimentos de onda que nossos olhos, nossos sensores de luz, não conseguem ver. Logo, o comprimento de onda da luz das estrelas mais longínquas é tal que não conseguimos perceber.
Donde se conclui que o céu noturno é muito claro, só que a maior parte dessa claridade não nos é possível ver.