Um projeto desenvolvido pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) no ano passado pode ser ampliado em breve através de uma parceria com o Governo do Estado. Com o intuito de melhorar a qualidade da água para consumo, a universidade tem trabalhado há alguns anos em um estudo voltado à potabilidade da bebida.
A iniciativa surgiu devido ao fato de que o abastecimento de muitas comunidades do interior é proveniente de poços tubulares profundos. Diversos estudos desenvolvidos pela Unisc têm identificado níveis elevados de flúor em alguns desses sistemas de abastecimento, ficando acima dos limites máximos permitidos pelas leis Estadual e Federal para potabilidade. Diante dessa situação, a Unisc trabalha em prol do tema e tem buscado o apoio de diferentes órgãos municipais, estaduais e federais para a produção de filtros para tratamento de água com excesso de flúor, além da ampliação da iniciativa. Embora o projeto com esse intuito seja antigo, o diretor de Pesquisa e Pós-graduação da Unisc, Adilson Ben da Costa, destaca que houve uma evolução nos últimos anos devido às diferentes metodologias e tecnologias que foram propostas.
Visando crescimento e expansão do projeto, a Unisc, segundo Costa, está trabalhando no desenvolvimento de um equipamento de grande porte, dedicado ao tratamento da água diretamente do poço que vai, posteriormente, para a rede de distribuição. O projeto será firmado nas próximas semanas com o Governo do Estado, através da Secretaria de Obras, Saneamento e Habitação, para que possa ser replicado para atender as demandas dos municípios. “É um equipamento que vai ficar instalado junto aos poços, atendendo as necessidades da região. É um projeto que está sendo encaminhado via parceria da Secretaria de Obras e Habitação e Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) para que haja uma solução coletiva“, explica.
Sobre os filtros
Ele explica que os filtros criados no ano passado são um braço do projeto e tratam-se de um método alternativo e mais eficiente para a remoção de flúor de água de abastecimento. O projeto tem duas modalidades de equipamentos, tratando-se de um sistema para tratamento de água em pontos de uso, como em bebedouros ou pia da cozinha. Conforme Costa, os filtros pequenos desenvolvidos têm uma vida útil de até seis meses, mas tratam apenas a água de consumo das residências. A universidade tem estabelecido um convênio com a prefeitura de Restinga Seca e com Nova Xingu, município do centro-norte do estado. Além disso, há outros convênios para que o projeto dos filtros seja implantado em outras cidades da região, mas ainda estão sendo feitas tratativas.
Sobre o projeto
O projeto é coordenado pelo profesor Adilson Ben da Costa do Programas de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental e em Sistemas e Processos Industriais e Eduardo Lobo Alcayaga, e desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Limnologia da Unisc (Programa de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental), com apoio do Núcleo de Gestão Pública e do Tecno-Unisc.
Já a Philip Morris Brasil faz parte, desde este ano, das iniciativas de inovação quanto ao desenvolvimento e uso de filtros capazes de reduzir teores de flúor que podem estar naturalmente presentes na água para consumo humano.