Tem cada uma…

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         Dia desses li por aí que na Suíça, foi montada uma máquina de nome SARCO, que nada mais é do que um caixão tecnológico para ser operado por suicidas.

         Como assim, suicidas?

         Bem, vamos lembrar que na Suíça, a morte assistida é uma prática médica legal.

         Então, o indivíduo entra para dentro desta máquina e, aciona o equipamento, tendo uma morte rápida e indolor.

         Ao menos é o que promete este caixão tecnológico.

         Se vocês pesquisarem com aquele “senhor” de nome Google, vão saber de mais detalhes.

         É claro que a postagem ocasionou os mais diversos comentários, com opiniões diversas e manifestações indignadas.

         De acordo com as informações desta matéria, só no ano passado, 1.300 pessoas recorreram à morte assistida, em sua maioria pacientes terminais.

         Se não estou enganado, recentemente uma colombiana obteve na justiça deles, a autorização para cometer a eutanásia, visto sua doença terminal, pois já não conseguia mais suportar as suas dores.

         Engraçado, se é que isso é engraçado, que um dia antes de sua morte programada, estava ela num bar, com seus amigos mais próximos, comemorando o acontecimento que seria no dia seguinte.

         Seria ter muita coragem, ou podemos dizer que não estava em sua sã consciência, ir para um bar comemorar a sua partida para o além?

         Você conseguiria se imaginar numa mesa de um bar, tomando aquele chopinho gelado e cremoso (como diz David Coimbra), num bom papo com os amigos, na véspera de sua morte?

         Isto é simplesmente “sui generis”.

– E aí fulana, como estás te sentindo?

– Tranquila. Amanhã por estas horas já estarei voando em direção ao céu, se Deus quiser…

         Inimaginável.

         Mas, de verdade mesmo, só quem sente as suas dores, pode entender as suas resoluções.

         A morte digna, se é que se pode falar assim.

         Aliás, em pesquisas que já fizeram, três entre quatro pessoas evitam falar sobre a morte.

         E por aí se seguem as estatísticas: 32% acham que é um tema de foro íntimo; 10% acham que falar de morte pode atraí-la; 80% acham bastante razoável que as pessoas se programem para isso…

         Como assim, se programem para isso?

         Quem gostaria de “partir”, estando em pleno gozo de saúde e vida?

         Neste caso da programação, acredito sim que somente as pessoas em grandes sofrimentos, é que poderiam almejar uma morte mais amena, sem dores e sobressaltos e, utilizar-se daquele caixão tecnológico, o SARCO.

         Caso contrário, estamos naquela de que enquanto existe vida, enquanto existe remédio e possibilidade de cura, almejamos, isto sim, muita esperança na recuperação da saúde e na volta para a vida plena.

         É bem verdade que o tema vai passear por teorias filosóficas, entrar pela psicologia, ler e entender as lavras médicas que estão por aí, em profusão e, ser discutido, também, pelo lado religioso, as crenças e suas verdades.

         Não há como fugir disso.

         Agora, em se falando da invenção, penso, reflito e chego à conclusão que não é somente o brasileiro que “precisa ser estudado pela Nasa”.

         O que me assombra, neste momento, é a criatividade humana.

         Esta é insuperável.

         Ora, um caixão tecnológico para… (estou nos 10%).