Forte, luminosa, infindável, ela permanece viva desde que o Rio Grande nasceu
Anualmente, a Chama Crioula é gerada, “acesa”, mas será que em algum momento ela realmente se apaga? Algumas semanas atrás, tive a grata oportunidade de voltar aos palcos após quase um ano e meio de pandemia.
No entanto, mesmo no período em que estive fora dos palcos e longe da parte “prática” da arte que defendo, permaneceram vivos em mim o sentir, o vivenciar e o preservar a nossa cultura. Por isso a indagação: será que em algum momento a Chama realmente se apaga?
Diariamente vejo gaúchos preocupados com a preservação da nossa cultura. São artistas, agentes políticos e culturais, tradicionalistas, nativistas ou, simplesmente, admiradores e apaixonados pelo Rio Grande lutando pela nossa identidade. Projetos, concursos, textos, pilchas, sentimentos e anseios desfilam quase diariamente pelo Estado. Por isso, não, a Chama não se apaga.
Simbolicamente é gerada desde o ato do Grupo dos Oito, em 1947, mas sentimentalmente permanece acesa desde os primórdios do Rio Grande do Sul. Viva desde os índios que nos legaram o chimarrão, Simões Lopes Neto, que registrou nosso regionalismo, ou mesmo hoje, por meio da juventude que resiste e fortalece suas raízes. Crioula, forte, luminosa, infindável, a chama permanece viva desde que o Rio Grande nasceu, ainda que oficialmente nesta terça-feira (14) seja acesa no nosso histórico Palácio Piratini.
É viva no coração de cada gaúcho e gaúcha que faz do Rio Grande sua pátria e da nossa história a sua identidade.