A Prefeitura de Santa Cruz confirmou, na manhã desta segunda-feira (27), a exoneração de quatro secretários municipais afastados após a Operação Controle, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS). A ação, que está completando duas semanas, segundo os promotores responsáveis, tem como objetivo desarticular uma organização criminosa responsável por fraudes que causaram prejuízos.
Com a exoneração feita na sexta-feira (24), Marcio Martins, Everton Oltramari, Valmir José dos Reis e Edmilson Severo não integram mais a Administração Municipal. A decisão também impactou um servidor municipal, que teve sua função gratificada retirada. De acordo com a Prefeitura de Santa Cruz, a situação, por não ser um cargo comissionado, seguirá pelos procedimentos previstos no Estatuto do Servidor.
A prefeita Helena Hermany anuncia, desde a semana passada, os substitutos para as secretarias afetadas pelas mudanças. Fabiano Dupont, que estava à frente da Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária, assumiu a Secretaria de Saúde. Ângela Saraiva, até então diretora da Pasta, assume o posto vago. Permanecem com interinos ainda as Secretarias de Desenvolvimento Econômico e Turismo; Segurança e Mobilidade Urbana; Planejamento e Governança; e Administração.
O que dizem os investigados
Em nota, o advogado de Edmilson Severo, Henrique Ferreira, destacou que seu cliente se pronunciará de forma mais detalhada assim que houver o acesso integral aos documentos em questão. “Não obstante, desde já salienta que manifestar-se-á exclusivamente nos autos, assegurando o devido processo legal e o respeito ao Juízo. De outro lado, refuta veementemente todas as acusações que recaem sobre sua pessoa e salienta que, ao longo de sua trajetória, sempre esteve comprometido com a transparência e a verdade”.
Oltramari diz que “os fatos que estão sendo noticiados parecem ser obras que foram licitadas no ano passado. Eu assumi a secretaria há quatro meses e não pratiquei nenhuma irregularidade. Acredito que o meu antecessor e meus colegas também não tenham praticado. Eu vou colaborar com toda investigação e tenho maior interesse no esclarecimento rápido disso tudo. Tenho 34 anos de serviço público e nunca respondi um processo. Lamento que estejamos sendo taxados como organização criminosa. É um exagero. Somos todos pessoas de bem, com família, endereço fixo. Não vejo o motivo desse exagero. Vamos em frente”.
E Reis frisou que “eu cheguei há um ano e três meses na Prefeitura, quando essas questões levantadas já estavam todas efetivadas. Com relação a outros fatos, não são da minha secretaria, são de outras pastas e não posso falar a respeito. Eu não vejo vínculo direto da minha secretaria com os fatos que têm sido divulgados pela mídia. Todos os fatos investigados já estavam em andamento quando eu assumi a secretaria. Nenhum processo licitatório, que temos conhecimento pela mídia, a minha secretaria participou efetivamente e formalmente. Estamos com a consciência limpa e tranquilos”.
Marcio Martins preferiu não se manifestar.
Fonte: Portal Arauto